A jovem ativista sueca Greta Thunberg é um dos rostos que estão por trás das manifestações da greve global pelo clima desta sexta-feira (20). Com atos marcados em 150 países, inclusive no Brasil, o movimento “Fridays For Future” (Sextas pelo Futuro) leva milhares às ruas para exigir medidas concretas para frear as emissões de gases causadores do efeito estufa e combater o aquecimento global.
Tudo começou em agosto de 2018 quando a garota de trancinhas resolveu faltar à escola e protestar em frente ao Parlamento sueco. E isso se repetiu durante mais de um ano. Greta só deixou de se manifestar em frente ao legislativo do seu país para falar com líderes de todo o mundo.
Há três semanas a jovem desembarcou em um porto de Nova York para participar da conferência do clima da ONU, que começa neste sábado (21). Com apenas 16 anos, a sueca cruzou o atlântico em um veleiro. Ela não viaja de avião para não contribuir com a emissão de gases.
Indicada ao Prêmio Nobel da Paz, Thunberg já discursou eventos internacionais como a COP24, a Conferência do Clima da ONU, em dezembro, e no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, em janeiro.
Todas as sextas
O ato da adolescente, inicialmente solitário, inspirou jovens de todo o mundo a aderirem ao movimento, que ficou conhecido como “Fridays For Future” – e culminou em uma primeira greve global em 15 de março. Nessa ocasião, milhares de estudantes foram às ruas para protestar, inclusive no Brasil.
A greve global pelo clima – que ocorre nesta sexta (20) em 150 países, incluindo o Brasil – é a terceira grande manifestação deste grupo. Eles exigem medidas concretas para frear as emissões de gás carbônico e combater o aquecimento global, informou a organização.
Nesta vez, as manifestações ocorrem um dia antes de começar a Cúpula pelo Clima, da Organização das Nações Unidas (ONU), que deverá ocorrer de 21 a 23 de setembro, em Nova York.
Apoio da família
A jovem sueca começou a promover mudanças que beneficiam o meio ambiente dentro de casa. Convenceu sua mãe a nunca mais viajar de avião, por exemplo, para não contribuir com a emissão de gases.
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Em março desse ano, a adolescente comentou ao G1 que a escola em que estuda não é favorável a ela faltar às aulas todas as sextas-feiras, mas que a comunidade escolar colabora com seu movimento ajudando com que ela recupere as lições perdidas nos outros dias da semana.
Quando ela decidiu agir publicamente em prol da causa, sua greve escolar ganhou apoio e projeção desde o início. “No começo, era só eu e meu cartaz. Depois eu publiquei no Twitter e no Instagram e mais pessoas começaram a aparecer”, disse.
Ela diz que escreve seus próprios discursos, mas que consulta especialistas em clima e ouve a opinião de outras pessoas antes de apresentá-los publicamente.
Síndrome de Asperger
Diagnosticada com síndrome de Asperger, uma forma de autismo, a jovem vê a condição como uma aliada. À jornalista Christiane Amanpour, da CNN, ela disse que a síndrome pode ter contribuído para que ela dedique todo o seu foco à proteção do clima.
“Tenho síndrome de Asperger e isso significa que meu cérebro funciona de um jeito um pouco diferente. Eu vejo as coisas em preto e branco, com lógica. Se eu não fosse tão estranha, então eu teria me distraído com o jogo social que as pessoas jogam”, explicou ela. “Eu sou o tipo de pessoa que não gosta quando alguém fala uma coisa e faz outra. E esse é o caso com as mudanças climáticas.”
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Lição de casa
A jovem Greta disse que começou a se dedicar à crise climática depois de aprender sobre as mudanças no clima com seus professores na escola.
Quando ela decidiu agir publicamente em prol da causa, ela diz que sua greve escolar ganhou apoio e projeção desde o início. “No começo, era só eu e meu cartaz. Depois eu publiquei no Twitter e no Instagram e mais pessoas começaram a aparecer”, disse ela.
“O fato de ninguém parecer se importar ou fazer qualquer coisa sobre isso parecia absurdo pra mim. Então eu decidi agir eu mesma.”
“O plano era sentar lá [no Parlamento] durante três semanas, mas no fim dessas três semanas eu decidi continuar, e foi assim que comecei o ‘Fridays For Future'”, explicou ela sobre a ideia de manter a greve uma vez por semana para chamar a atenção dos políticos.
Por G1