Em uma ação do projeto “Um Convívio Sem Violência”, desenvolvido pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), foi realizada a palestra “Sua idade não anula seus direitos”, no auditório da Escola Superior de Advocacia do Amazonas, entidade da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Seccional Amazonas.
Estivem presentes a titular da Sejusc, Jussara Pedrosa; o secretário-chefe da Casa Civil, Flávio Antony Filho; o investigador da Polícia Civil, Antônio Coutinho; a psicóloga e coordenadora, Rebeca Oliveira e participantes do projeto, que está contribuindo para a mudança nas relações familiares a fim de prevenir a reincidência de violações de direitos contra a pessoa idosa.
“Este tema, infelizmente, ainda se mantém invisível aos olhos de muitos: a violência de gênero, em especial, contra as mulheres idosas. É um fenômeno cruel, silencioso e persistente. Fere não apenas a dignidade humana em sua essência, mas afronta também os princípios mais elementares de justiça e de respeito. Eu como advogado, filho de advogados, posso falar sobre isso porque trabalho com este tema há muito tempo”, disse Flávio Antony.
O secretário alertou ainda para a continuidade do crime, apesar da velhice e ressaltou os mecanismos de proteção. “As mulheres enfrentaram múltiplas formas de opressão. Quando chegam a idade avançada, essas violências, infelizmente, não desaparecem. Muitas vezes se intensificam, somando-se ao preconceito etário, ao abandono e, em alguns casos, até a indiferença. É doloroso constatar, que em muitos casos, a violência vem de onde menos se espera: o espaço doméstico. É preciso romper o silêncio, é preciso denunciar, mas acima de tudo é preciso criar uma rede de proteção efetiva que envolva o estado, a sociedade civil e cada um de nós como indivíduos”, enfatizou Antony.
*Projeto*
O projeto integra o programa EnvelheSer 60+, voltado à atenção, autonomia, lazer e independência de pessoas idosas. A iniciativa é coordenada pela Secretaria Executiva Adjunta da Pessoa Idosa (Seadpi) e busca oferecer suporte psicossocial aos familiares, a partir da escuta sensível, do acolhimento e da compreensão do contexto que levou à situação de violência.
A iniciativa visa compreender o histórico de cada família e como os padrões comportamentais contribuíram para os episódios de agressão, a fim de construir caminhos de transformação e cuidado. O trabalho é realizado com famílias que passaram por episódios de violências: física, psicológica, sexual, patrimonial, negligência ou abandono.
“Nós temos uma rede de proteção fortalecida, que está levando todos os direitos, todas as tramitações necessárias para que nós possamos assegurar o direito dessas mulheres. Por que tem tanta denúncia hoje? Porque hoje a nossa rede de proteção acolhe, ela atua”, afirmou a secretária da Sejusc, Jussara Pedrosa.
