IGREJA CATÓLICA
Ontem o arcebispo metropoltiano de Manaus, dom Leonardo Steiner, divulgou declaração hoje dizendo que as determinações proferidas no dia 16 de abril continuarão “válidas e necessárias nesse tempo de pandemia do novo Coronavírus”, ou seja, a Igreja Católica não se beneficiará do projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativa, que autoriza a reabertura dos templos religiosos no Estado. A articulação foi de deputados ligados a igrejas evangélicas.
Dom Leonardo Steiner afirma na declaração que “a Igreja Católica sabe do seu serviço essencial para a sociedade, dos municípios que formam a Arquidiocese, pelo anúncio da palavra e pelas celebrações. Ela tem consciência de sua presença samaritana e salutar. Ela será sempre cuidadora das pessoas, especialmente dos mais abandonados na sociedade, e da saúde psíquica, corporal e espiritual”, porém “na sua missão de anunciar a Jesus e o seu Reino, ela continuará a incentivar o distanciamento social como meio de preservar a saúde do nosso povo”.
ADVENTISTA
O presidente da Igreja Adventista para a Região Noroeste do Brasil, pastor Sérgio Alan Alves Caxeta, afirmou, nesta quinta-feira (7), que os templos da igreja no Amazonas vão manter as regras de distanciamento social e não vão abrir as portas para cultos e reuniões públicas. A decisão foi divulgada depois de os deputados da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) terem aprovado projeto de lei que autoriza a reabertura de igrejas e templos religiosos, em pleno pico da pandemia no Estado.
De acordo com o pastor, além do Amazonas, a decisão de seguir com o isolamento social vale para todos os templos adventistas dos demais estados que compõem a Região Noroeste: Acre, Rondônia e Roraima. Somente no Amazonas, a igreja congrega, aproximadamente, 115 mil membros, que se reúnem em mais de 1,2 mil templos.
“A decisão é da sede da igreja para os estados mencionados acima. Todos os templos permanecerão fechados para cultos e reuniões públicas. Alguns templos estão abertos apenas para recebimento de doações para serem levadas a famílias carentes”, disse o pastor Sérgio
Para o presidente da Região Noroeste da Igreja Adventista, o isolamento social é uma medida necessária diante de um vírus que é altamente contagioso e muito agressivo. “Diante desse fato, apoiamos o isolamento social e a abertura apenas dos locais que são considerados essenciais, como supermercados e farmácias”, avaliou.
O pastor Sérgio disse ainda que, num momento de crise histórica como a que está se vivendo, a igreja está prestando atendimento psicólogo por meio do projeto “Ouvido Amigo”. Pelo programa, que usa canais virtuais, psicólogos e terapeutas familiares dão apoio emocional àqueles que precisam, gratuitamente. “Além disso, já arrecadamos com os membros da igreja mais de 200 toneladas de alimento que estão sendo distribuídas para famílias carentes”, informou.
Assim como a Igreja Adventista, a Arquidiocese de Manaus já tinha anunciado, nesta quinta-feira (7), que também manterá as regras de isolamento social. O arcebispo metropolitano, Dom Leonardo Ulrich Steiner, disse, em entrevista à Rádio Rio Mar, que a Igreja seguirá sem encontros presenciais, pelo menos até o dia 23.
“Nós continuaremos, até quando achar necessário, cumprir o distanciamento social”, disse o arcebispo, que aos fiéis que mantenham suas orações pelas famílias do Amazonas que perderam parentes para a Covid-19 desde o início da pandemia. “Enquanto nós não pudermos nos reunir com segurança, é preciso manter o isolamento social”, disse.
ESCLARECIMENTO
A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) esclareceu, nesta quinta-feira (7), a proposta de Lei que define regras rígidas para o funcionamento de igrejas e templos no Amazonas durante o período de pandemia de coronavírus (Covid-19). A matéria pretende criar, no âmbito estadual, normas que complementam o decreto nº 10.282 do Governo Federal, editado no último dia 26 de março, que classifica igrejas e casas lotéricas como atividade essencial durante a calamidade pública.
As regras previstas na matéria têm o objetivo de restringir a circulação de pessoas nos templos, evitar aglomerações e regulamentar normas de prevenção para que os órgãos estaduais e municipais de controle possam tomar providências em caso de descumprimento do decreto federal.
O projeto foi aprovado no Parlamento, mas ainda não entrou em vigor. A proposta segue para sanção do Governo do Estado e entrará em vigor quando publicada no Diário Oficial do Estado.
*Alterações *
A proposta, de autoria do deputado João Luiz (Republicanos) sofreu alterações na Comissão de Saúde, que acatou o parecer do deputado Doutor Gomes (PSC) e acrescentou ao projeto, por meio de uma emenda modificativa, mais regras de restrição e prevenção a aglomeração de pessoas.
Regras
Entre as regras previstas na proposta de Lei estão: evitar aglomerações (antes, durante e depois das reuniões); uso de máscaras e distanciamento de até três cadeiras de uma pessoa para outra.
Ainda de acordo com o PL, não poderão entrar nas igrejas, pessoas que fazem parte do grupo de risco, como: idosos com 60 anos ou mais; crianças; pessoas que possuam algum problema de saúde ou estejam com algum sintoma de gripe ou Covid-19; e ainda de pessoas que tenham reprovação da família para participar presencialmente dos cultos.
A proposta ainda estabelece uma distância mínima de três poltronas para os lados esquerdo e direito, para frente e para trás; além de acesso livre a álcool em gel 70% e guardanapos de papel.
O descumprimento das regras previstas na Lei acarretará no não funcionamento da igreja ou templo religioso pelo período em que durar o plano de contingência.
Os deputados reafirmaram que já existe uma legislação federal que autoriza a abertura de igrejas e, que a Proposta de Lei vem apenas para restringir e assegurar, que as regras de prevenção sejam obedecidas. Os parlamentares lembraram que muitas igrejas estão distribuindo cestas básicas e auxiliando famílias de baixa renda, que estão passando necessidades, neste período de pandemia e que seria desumano proibir esse tipo de trabalho.

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