Corticoides como a dexametasona só melhoram os quadros graves de covid-19. Foi o que explicou a cardiologista e pesquisadora Ludhmila Hajjar, diretora de Ciência e Inovação da Sociedade Brasileira de Cardiologia, em entrevista ao Poder360 nesta 3ª feira (16.jun.2020). “O corticoide tem 1 efeito antiinflamatório. Ele reduz a inflamação no pulmão –sintoma que não ocorre no início e nem na forma leve da doença”, afirmou a Hajjar.
O comentário segue a divulgação de 1 estudo preliminar da Universidade de Oxford. De acordo com os pesquisadores britânicos, o risco de morte para pacientes graves com covid-19 caiu de 40% para 28% com a administração da dexametasona. Entre aqueles que precisaram receber oxigênio, o percentual foi de 25% para 20%. Para pacientes mais leves não houve constatação de melhora.
Hajjar destaca que a pesquisa britânica “é o 1º grande estudo durante a pandemia que mostra que algo realmente reduz a mortalidade da doença”. Ela também afirma que os medicamentos já haviam sido analisados em outras doenças semelhantes. “A pesquisa de Oxford vem realmente para confirmar o que já acreditávamos.”
A expectativa da pesquisadora é de que o metilpredimisolona –corticoide com o mesmo princípio ativo da dexametasona– tenha efeitos semelhantes no tratamento da covid-19. Um estudo brasileiro sobre o tema está em fase final e deve ser publicado ainda neste mês.
Outra pesquisa brasileira analisa o uso da dexametasona contra a covid-19. A divulgação está prevista para agosto.
DEXAMETASONA
O medicamento já é administrado no tratamento de doenças inflamatórias e imunológicas. Como a maioria dos corticoides, ele tem 1 preço acessível: custa, em média, R$ 10.

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