Nos cinco primeiros meses deste ano, conforme levantamento da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), foram registrados 3.626 crimes contra so idosos, somando-se as ocorrências de todas as delegacias da capital. Já nos cinco primeiros meses de 2019, foram registradas 3.132 ocorrências em todas as delegacias de Manaus.
De acordo com a delegada Andréa Nascimento Pereira, titular da especializada, os crimes mais frequentes contra os idosos, na capital, são os de furto, negligência, abandono e maus-tratos.
“A partir do momento em que recebemos a denúncia, seja por ocorrência ou por canais de denúncia, passamos a realizar as diligências necessárias”, explica ela, ressaltando que, em alguns casos, é preciso ir na residência do idoso para verificar as condições em que ele está vivendo, dando origem a um relatório tanto investigativo quanto psicossocial.
A delegada reforçou a importância em denunciar crimes contra os idosos no Estado. “É sempre importante exemplificar que existem dois aspectos diferentes nas investigações. Os crimes em âmbito familiar, cometidos por filhos, netos e parentes próximos, têm os maiores registros de apropriação de bens, negligência, exposição a perigo, injúrias, ameaças e perturbação da tranquilidade, pois esses casos envolvem a convivência familiar”, disse.
Existem, ainda, crimes praticados por terceiros, ou seja, pessoas estranhas que se utilizam da vulnerabilidade do idoso. “Principalmente para aplicar golpes. Casos de estelionato e furto são frequentes na época do pagamento de benefícios, pois o idoso é acostumado a ir sozinho ao banco e acaba sendo vítima de golpes e furtos”, ressalta.
Ainda no caso do conflito familiar, a delegada revela que, além da atuação da delegacia instaurando os procedimentos, é realizado o acompanhamento do Centro Integrado de Proteção e Defesa de Direitos da Pessoa Idosa (Cipdi), no qual as assistentes sociais e psicólogas vão fazer o acolhimento do idoso. “São feitas intervenções necessárias no campo da família, realizando reuniões, orientações e, se for o caso, encaminhando o idoso e a família para outros órgãos”.
Pandemia
Conforme Andréa, neste período da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) foram registrados cinco casos de idosos em situação de abandono. “Fizemos diligências, e em todos casos eles não tinham filhos e nem parentes diretos. Diante disso, fizemos o acolhimento e encaminhamos aos órgãos competentes para instituições de longa competência”.
Também neste período de pandemia, houve uma redução de 20% de registros de Boletins de Ocorrência (BOs), mas em compensação, houve um acréscimo no número de denúncias por meio dos números 100 e 181, além de situações registradas por hospitais e outros órgãos, e formulários de denúncia anônimas.
“Houve um aumento significativo nas violências praticadas no ambiente familiar, por conta do isolamento e distanciamento. As relações familiares se intensificaram e a violência cresceu. Ameaças, injúrias e até vias de fato foram registrados”.
A delegada orienta, também, que alguns sinais de violência contra o idoso podem ser observados. “Quando existe uma agressão psicológica, por exemplo, vale observar que, se o idoso já possui uma doença pré-existente como Alzheimer ou depressão e há um agravamento, pode ser que exista alguém cooperando para isso”, salienta.
No caso da violência física, é importante verificar sinais como hematomas e outras marcas pelo corpo. E no caso, da violência patrimonial, os filhos podem acompanhar as finanças do idoso para saber se as contas estão sendo administradas corretamente e se não estão sendo feitos empréstimos de forma indevida, o que caracteriza apropriação de bens.
Para denúncias junto à Delegacia Especializada em Crimes contra o Idoso (DECCI), basta entrar em contato por meio do (92) 3214-5800, ou usar outros canais como os disque-denúncias 100 e 181, além do site Delegacia Interativa (www.delegaciainterativa.am.go)
Com informações da assessoria.
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