Vigilância Sanitária interditou fábrica artesanal no final de semana. Em decisão, juiz compara interdição total de um estabelecimento a ‘pena de prisão para uma pessoa’.
A Justiça do Amazonas suspendeu o ato de interdição de uma cervejaria de Manaus determinado pela Vigilância de Saúde de Manaus na última sexta-feira (19). A fábrica de cerveja artesanal havia sido interditada, sob pena de multa, após a vigilância encontrar 1,8 tonelada de malte em embalagens perfuradas e com fezes de rato.
A fábrica produz cerveja de marca própria e também chope comercializado em rede de restaurante local. Em decisão judicial, assinada no último sábado 20, o juiz Gildo Alves de Carvalho Filho determinou a imediata liberação do estabelecimento da Impetrante para a continuidade regular exercício de suas atividades.
“Além dos agentes fiscalizadores não possuírem competência para impor esse tipo de penalidade, tal medida fere plenamente os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, pois como se sabe, a interdição total de um estabelecimento equipara-se a uma pena de prisão para uma pessoa, medida esta extrema, impossibilitando a mesma de realizar sua recuperação econômica diante da situação que o país se encontra” argumenta o juiz.
Em nota, a a Vigilância Sanitária de Manaus afirma que, em relação à decisão, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) “só poderá se pronunciar após ser notificada oficialmente”.
Interdição
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Os produtos foram encontrados contaminados na cervejaria durante a fiscalização deram origem a um relatório técnico detalhado, concluído nesta sexta-feira. De acordo com os fiscais responsáveis pela inspeção, Fábio Markendorf e Ana Hilda Costa, o estabelecimento foi interditado “porque as irregularidades ofereciam risco iminente à saúde dos consumidores”.
“Além da contaminação por fezes de roedores, o malte apreendido não tinha identificação de lote, data de fabricação, validade ou procedência”, diz a Prefeitura de Manaus.
Ainda de acordo com os fiscais, no local de armazenamento de malte havia sujeira e cascas que demonstram o consumo do conteúdo das embalagem por roedores.
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