Em documentos do Superior Tribunal de Justiça (STJ) apontam que há uma organização criminosa instalada no Governo do Amazonas que, segundo a Procuradoria-Geral da República “serve-se da situação de calamidade provocada pela pandemia do novo coronavírus para obter ganhos financeiros ilícitos, em prejuízo do erário e do atendimento adequado à saúde da população”.
Entre os envolvidos, além da secretária de Estado da Saúde, Simone Papaiz, e dos servidores da Saúde e empresários donos do Big Amigão, da Sonoar e da loja de vinhos FJAP e Cia Ltda., os documentos revelam a participação direta do jornalista Jeferson Coronel, como articulador do Governo, e do vice-governador Carlos Almeida.
Segundo o documento, os fatos ilícitos têm sido praticados sob o comando do governador Wilson Lima “o qual detêm o domínio completo e final não apenas dos atos relativos à aquisição dos respiradores, mas também de todas as ações governamentais referentes a questão”.
A secretária de Saúde, Simone Papaiz, – presa na última terça-feira (30) – assumiu a Susam em abril e, segundo o documento, tem estado a frente das ações de combate à covid-19. Ela aderiu aos propósitos do grupo criminoso e passou a agir para acobertar os crimes praticados, inclusive sonegando informações ao Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM).
Durante as investigações, o nome do jornalista Jeferson Coronel foi apontado como “verdadeiro integrante da organização criminosa, incumbido de proteger o governador Wilson Lima em relação aos escândalos de corrupção relacionados à malversação de recursos públicos destinados à pandemia do novo coronavírus”. Segundo as informações, o jornalista foi “recrutado” pelo vice-governador Carlos Almeida.
“Vê-se, portanto, o empenho de Jeferson Coronel, sob orientação de Wilson Lima, em cooptar servidores públicos com o objetivo de escamotear a verdade a respeito dos fatos denunciados com o objetivo deliberado de isentar a responsabilidade do líder da organização criminosa investigada”, aponta o documento.
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