Senador quer apurar responsabilidades na crise de abastecimento de oxigênio no Amazonas
O diretor-executivo da empresa White Martins, Paulo Barauna, será uma dos próximos depoentes da CPI da Pandemia. O requerimento, de autoria do senador Eduardo Braga (MDB/AM), foi aprovado pela comissão nesta quarta-feira (26). O objetivo é apurar as responsabilidades no agravamento da crise sanitária no Amazonas, no início do ano, com a falta de oxigênio para os pacientes internados com covid-19.
No requerimento, o senador Eduardo lembra que as internações e mortes por covid-19 bateram recordes no Amazonas nos últimos meses de janeiro e fevereiro. Ele destaca que, de acordo com depoimento prestado ao Ministério Público Federal (MPF) pelo gerente da White Martins, Christiano Cruz, a empresa só conseguiu se reunir com integrantes do Ministério da Saúde para relatar pessoalmente o grave problema da disponibilidade de oxigênio no Estado às vésperas do colapso.
Foi também às vésperas do colapso sanitário do Amazonas que a White Martins teria encaminhado ofício ao Ministério da Saúde comunicando a crise no abastecimento do oxigênio. “Diante disso, considera-se importante que o Sr. Paulo Barauna, alto executivo da empresa no Brasil, preste as informações necessárias visando à elucidação de diversos aspectos relacionados ao objeto de investigação desta CPI”, conclui o parlamentar, no requerimento.
Faltou planejamento
Eduardo Braga tem sido incisivo, durante os trabalhos da CPI, sobre a necessidade de esclarecer o agravamento da pandemia no Amazonas e o colapso sanitário do Estado. Segundo ele, não faltaram recursos para o governo estadual enfrentar o problema. “Faltou planejamento, faltou coordenação, eficiência e vontade política”, pontuou o parlamentar, ao confrontar o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na semana anterior.
As críticas de Eduardo Braga foram reforçadas quando ele questionou a secretária de Gestão do Trabalho e Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, que depôs na terça-feira (25) na CPI. O senador disse não haver explicação para o fato de o Ministério da Saúde e o governo do Amazonas não terem tomado as medidas necessárias ao identificar o colapso na rede pública estadual de saúde.
A CPI da Pandemia também aprovou, nesta quarta-feira, a convocação de nove governadores: Wilson Lima, do Amazonas; Ibaneis Rocha, do Distrito Federal; Waldez Góes, do Amapá; Helder Barbalho, do Pará; Marcos Rocha, de Rondônia; Antônio Denarium, de Roraima; Carlos Moisés, de Santa Catarina; Mauro Carlesse, de Tocantins; e Wellington Dias, do Piauí, além do ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel.
Foi aprovada ainda a reconvocação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e do atual comandante da pasta, Marcelo Queiroga, além da convocação do empresário Carlos Wizard, do ex-assessor da Presidência da República Arthur Weintraub, e do assessor da Presidência da República Filipe Martins, supostos integrantes do que a oposição vem chamando de “gabinete paralelo”, que teria assessorado o governo federal em assuntos de pandemia.
Assessoria de imprensa
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