A meia-noite desta quinta-feira (13) marcará o início da greve dos atores de Hollywood, após o fracasso das negociações com os estúdios. Eles se juntam aos roteiristas de cinema e televisão, que já estão em paralisação desde maio, intensificando ainda mais a interrupção da produção de programas e filmes.
Essa paralisação simultânea dos atores e roteiristas é a primeira a ocorrer em Hollywood nos últimos 63 anos. Os estúdios agora enfrentam grandes desafios, sendo obrigados a interromper várias produções nos Estados Unidos e no exterior. A greve agrava os danos econômicos causados pela paralisação dos roteiristas, desferindo mais um golpe em um setor que lida com mudanças em seus negócios.
As demandas tanto do SAG-AFTRA, o maior sindicato de Hollywood que representa 160 mil atores de cinema e televisão, quanto do Sindicato dos Roteiristas da América (WGA), que representa os roteiristas, incluem aumentos nos salários-base e nas remunerações por streaming de TV, bem como garantias de que seu trabalho não será substituído por inteligência artificial (IA).
Em uma coletiva de imprensa realizada na quinta-feira, o sindicato dos atores anunciou que a greve começará à meia-noite, após a aprovação unânime de seu conselho nacional. O prazo para chegar a um novo contrato expirou na quarta-feira.
Fran Drescher, ex-estrela do programa de TV “The Nanny” e presidente da SAG-AFTRA, expressou indignação com as respostas dos estúdios às preocupações dos atores, considerando-as “insultuosas e desrespeitosas”. Durante a coletiva de imprensa na sede da SAG-AFTRA, ela afirmou: “Estou chocada com a forma como as pessoas com quem fazemos negócios estão nos tratando. Eu não posso acreditar, francamente, como estamos distantes em tantas coisas, como eles alegam pobreza, que estão perdendo dinheiro a torto e a direito ao dar centenas de milhões para seus CEOs. É nojento.”
A Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP), que negocia em nome de empresas de produção como Netflix e Walt Disney Co, expressou profunda decepção com a decisão da SAG-AFTRA de abandonar as negociações. O grupo afirmou ter oferecido “salários históricos e aumentos residuais” e uma “proposta inovadora de IA” que protege as semelhanças digitais dos atores. No entanto, os atores temem o uso de suas imagens digitais sem permissão ou compensação adequada.
A greve dos cerca de 11.500 roteiristas já interrompeu programas de entrevistas noturnos, afetou a produção da temporada de outono da televisão e paralisou filmes de grande orçamento.
A paralisação da SAG-AFTRA, que representa desde atores menos conhecidos até as maiores estrelas de cinema de Hollywood, efetivamente encerrará as produções remanescentes de filmes e roteiros de televisão dos estúdios nos Estados Unidos. Além disso, muitas filmagens no exterior que envolvem talentos da SAG-AFTRA, como a sequência de “Gladiador” da Paramount Pictures, dirigida por Ridley Scott e atualmente em filmagem no Marrocos e em Malta, também serão prejudicadas.
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