O governador mineiro Romeu Zema tornou-se alvo de críticas por parte de líderes políticos de diferentes espectros ideológicos, incluindo a esquerda, o centro e a direita, após defender um maior protagonismo das regiões Sul e Sudeste em discussões nacionais. Suas declarações foram interpretadas como separatistas, o que gerou forte reação. Zema, no entanto, negou qualquer intenção de se posicionar contra outras regiões do país e repudiou o que chamou de distorção dos fatos.
As críticas surgiram especialmente de opositores do governador, que lembraram sua proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), além de políticos do Nordeste. Romeu Zema é considerado um pré-candidato do campo da direita para a eleição presidencial de 2026, em possível disputa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O governador já havia sido alvo de contestações anteriormente devido a afirmações que diferenciavam negativamente o Nordeste, sendo classificadas como xenófobas e preconceituosas.
O governador João Azevêdo (PSB-PB), presidente do Consórcio Nordeste, foi um dos primeiros a reagir às declarações de Zema. Em nota divulgada no último domingo (6), Azevêdo classificou como preocupante a defesa feita por Romeu Zema do protagonismo das regiões Sul e Sudeste, alegando que isso estimula “guerra entre regiões”. Azevêdo ressaltou a importância de rejeitar qualquer tipo de visão separatista e afirmou que a entrevista do governador mineiro parece aprofundar a lógica de um país dividido e desigual.
Outros políticos, tanto da esquerda quanto da direita, também se pronunciaram sobre o tema. O ex-ministro bolsonarista Gilson Machado (PL-PE) repudiou veementemente qualquer fala que sugerisse a separação do país e enfatizou a importância da unidade nacional. Líderes políticos como a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), destacaram que o Nordeste é parte da solução do Brasil e deve receber atenção nas discussões federativas.
Após as críticas, Zema esclareceu que a união do Sul e Sudeste jamais será para diminuir outras regiões. Em uma postagem, ele escreveu que seu posicionamento não é ser contra ninguém, mas a favor de somar esforços, defendendo que o diálogo e a gestão são fundamentais para o país ter mais oportunidades. Zema concluiu afirmando que a distorção dos fatos provoca divisão, mas a força do Brasil está no trabalho em união.
Na entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo, o governador reiterou que os estados do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) abrigam 56% da população e que desejam ter protagonismo político, além do econômico, visto que representam 70% da economia brasileira. Em sua fala, Zema também questionou a distribuição de recursos, defendendo que os estados do Sul e Sudeste também sejam lembrados nas discussões de ações sociais.
A repercussão das declarações de Romeu Zema reflete a tensão entre as diferentes regiões do país e coloca em pauta o debate sobre a representatividade e a união nacional. Líderes políticos têm se manifestado a favor da pacificação e do diálogo entre as regiões, ressaltando a importância da busca por um Brasil unido e forte.
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