Os dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta segunda-feira (7), revelam que a população indígena do Brasil atingiu a marca de 1.693.535 pessoas, representando 0,83% do total de habitantes do país.
O censo aponta que mais da metade dos indígenas, correspondendo a 51,25% ou 867,9 mil pessoas, vive na região da Amazônia Legal, abrangendo os estados do Norte, Mato Grosso e parte do Maranhão.
Comparando com o último censo realizado em 2010, que contabilizou 896.917 indígenas, houve um crescimento de 88,82% em 12 anos, quase dobrando esse contingente populacional. Nesse mesmo período, o crescimento total da população foi de 6,5%.
Marta Antunes, responsável pelo projeto de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, explica que o aumento do número de indígenas se deve, em grande parte, às mudanças metodológicas feitas para melhor captar essa população. Foram incluídos novos quesitos sobre sexo, idade, etnia, mortalidade, fecundidade e migração, permitindo uma compreensão mais completa do aumento demográfico entre 2010 e 2022 em diversos aspectos.
Outro fator relevante foi a ampliação da pergunta “Você se considera indígena?” para fora das terras indígenas. Em 2010, cerca de 15,3% da população que se autodeclarou indígena dentro dessas áreas veio por meio dessa nova questão. No Censo 2022, aproximadamente 27,6% da população indígena declarou sua etnia dessa forma.
Os estados com o maior número de indígenas são Amazonas, com 490,9 mil pessoas, e Bahia, com 229,1 mil pessoas, concentrando juntos 42,51% do total dessa população no Brasil. Quanto aos municípios, Manaus lidera com 71,7 mil indígenas, seguido de São Gabriel da Cachoeira (AM) com 48,3 mil habitantes indígenas e Tabatinga (AM) com 34,5 mil.
A Terra Indígena Yanomami (AM/RR) é a que possui o maior número de pessoas indígenas, com 27.152 habitantes, seguida pela Raposa Serra do Sol (RR) com 26.176 e Évare I (AM) com 20.177.