A selva política brasileira, com suas trinta legendas, enfrenta um turbilhão de conflitos internos a apenas um ano das eleições. Os partidos, movidos por interesses financeiros e estratégicos, se veem imersos em batalhas pelo controle, algumas delas chegando aos tribunais. Entre as legendas afetadas por essa tumultuada dinâmica estão o PSDB e o União Brasil, ambos em meio a ruidosas disputas por sua liderança.
O PSDB, outrora uma força nacional, encontra-se em dificuldades para superar as tensões internas. Após uma guerra sem vencedores entre Eduardo Leite e João Doria nas prévias presidenciais do ano passado, a sigla não conseguiu lançar um candidato à presidência. A briga mal resolvida chegou aos tribunais, com a anulação do processo que levou Leite à presidência do partido. Agora, uma nova convenção deve ser realizada em breve, enquanto Leite permanece no cargo.
Além disso, o diretório paulistano do PSDB é palco de outra controvérsia, onde o presidente reeleito é acusado de expulsar opositores e filiar aliados para manter o controle sobre a máquina partidária. Essas denúncias estão sendo investigadas e podem chegar à Justiça.
Outras legendas tradicionais também optaram por levar suas disputas políticas aos tribunais. O PTB, com sua fusão conturbada com o Patriota, enfrenta acusações de ilegitimidade no acordo e de venda irregular de ativos. Enquanto isso, na Rede, grupos ligados a Marina Silva e Heloísa Helena brigam pelo controle dos recursos do partido, apesar de sua relativa falta de sucesso eleitoral em 2022.
No entanto, a maior briga parece ser dentro do União Brasil, que recebeu uma quantia considerável em financiamento público no último ano. A sigla enfrenta uma disputa interna pelo cargo de presidente, com acusações de manipulação de cargos em diretórios estaduais. A saída do atual presidente, Luciano Bivar, é pressionada por um grupo liderado por ACM Neto, que tem o apoio do vice-presidente Antônio Rueda. Se Bivar sair, Rueda assumirá, o que pode inclinar o partido para uma postura mais governista.
O PDT também não escapa das disputas internas, com uma racha entre os irmãos Cid e Ciro Gomes, além de divergências sobre a relação com o PT. O Cidadania, por sua vez, enfrentou um embate interno após apoiar Lula, levando à saída do presidente Roberto Freire após 31 anos no cargo.
Essas disputas internas, que podem ser descritas como “fratricidas”, refletem a fragmentação e a divisão que afetam os partidos políticos brasileiros, colocando em questão a representatividade que deveriam ter na sociedade. Com objetivos divergentes, essas legendas enfrentam um momento de profunda fragmentação.
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