A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu uma recomendação enfática aos governos, sugerindo que tratem os cigarros eletrônicos da mesma forma que o tabaco, proibindo todos os sabores. A orientação da OMS destaca a necessidade de “medidas urgentes” para controlar esses produtos, incluindo regulamentação, tributação, reforço da fiscalização e esforços contínuos na saúde pública para reduzir o uso.
A entidade também ressaltou a falta de evidências suficientes de que os cigarros eletrônicos ajudam os fumantes a abandonar o hábito, alertando sobre os riscos à saúde e a possibilidade de dependência de nicotina, especialmente entre não fumantes, como crianças e jovens. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, enfatizou que dados indicam que jovens entre 13 e 15 anos usam mais esses dispositivos do que os adultos, sendo influenciados pelo marketing agressivo das fabricantes.
No Brasil, os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), como vape, pod, jull e até pendrive, são proibidos desde 2009. No entanto, a regulamentação voltou ao debate em 2019. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abriu uma consulta pública sobre a liberação desses produtos no país, aceitando sugestões até 12 de fevereiro de 2024.
Dados indicam que 2,2 milhões de brasileiros usavam cigarro eletrônico em 2022, um aumento significativo em relação aos 500 mil de 2018. A preocupação com o uso entre jovens é evidente, com 70% dos adolescentes (entre 12 e 17 anos) que utilizam esses dispositivos atraídos pelos diferentes sabores.
O levantamento de 2023 ainda revela que, no Brasil, um em cada quatro jovens (entre 18 e 24 anos) já experimentou o vape. A curiosidade é apontada como o principal motivo de uso (20,5%), enquanto apenas 1,8% dos participantes consideram o dispositivo uma alternativa para deixar de fumar o cigarro tradicional.