O Partido Liberal (PL) está analisando possíveis substitutos para Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro na coordenação estratégica, enquanto a proibição de comunicação entre os investigados persistir. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, vetou o presidente da sigla e outros envolvidos de se comunicarem entre si.
Na lista de potenciais substitutos estão o líder da bancada na Câmara dos Deputados e presidente do partido no Rio, o deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
A proibição de contato, estabelecida pelo ministro, afeta os principais líderes do PL responsáveis por definir a estratégia eleitoral e arbitrar disputas internas para as candidaturas nos municípios: Valdemar Costa Neto, Jair Bolsonaro e Walter Braga Netto. Membros do partido expressam preocupação com a falta de liderança às vésperas do início das campanhas.
Internamente, a medida é considerada prejudicial, assim como a prisão de Valdemar, que foi detido na quinta-feira e liberado no sábado após decisão do ministro. O diálogo entre os envolvidos é crucial para o avanço dos planos do PL de expandir sua presença em prefeituras. O grupo, composto por Bolsonaro, Valdemar e Braga Netto, realizava reuniões semanais para definir estratégias desde o meio do ano passado, envolvendo outros membros do partido.
O partido tinha o objetivo de lançar 3 mil candidatos às prefeituras em todo o país, visando ultrapassar mil cidades governadas pelo PL, um aumento significativo em relação à atual representação. A oito meses das eleições municipais, o PL enfrenta desafios nas negociações de alianças e na definição de candidaturas, decisões que atualmente estão impedidas pelo veto ao diálogo entre os líderes do partido.
A soltura de Valdemar gerou expectativas de que futuras decisões do STF possam encerrar essa proibição. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) afirmou: “O recuo dele em relação à prisão do Valdemar é um bom sinal. Imaginamos que outros bons sinais venham acompanhados disso nos próximos dias para permitir o mínimo, que o partido possa agir como partido. A comunicação entre essas três pessoas é algo imprescindível para o partido.”
O PL contará neste ano com a maior quantia de dinheiro público para impulsionar suas candidaturas, totalizando cerca de R$ 880 milhões, um aumento de 500% em comparação aos R$ 146,5 milhões de quatro anos atrás, quando elegeu 345 prefeitos, nenhum deles nas capitais.