Admar Gonzaga, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e advogado de Jair Renan, rejeitou as acusações da Polícia Federal (PF) que investiga o suposto uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para favorecer Jair Renan, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Gonzaga classificou a investigação como uma “obra de ficção” e afirmou que não há nada a esconder por parte de Jair Renan.
A PF realizou mandados de busca e apreensão na última quinta-feira, relacionados a um esquema que teria utilizado o software espião FirstMile para monitorar adversários do ex-presidente. A ferramenta teria sido empregada no Centro de Inteligência Nacional (CIN), uma estrutura criada na Abin durante a gestão Bolsonaro, conhecida como “Abin paralela”.
De acordo com as apurações da PF, a Abin teria tentado interferir em investigações envolvendo Jair Renan e empresas com contratos governamentais. Além disso, agentes da agência teriam coletado informações para proteger a imagem de Bolsonaro.
O advogado Admar Gonzaga destacou que o software FirstMile foi adquirido durante o governo de Michel Temer por R$ 5,7 milhões, e negou irregularidades durante a gestão Bolsonaro. A PF investiga também benefícios concedidos à Jair Renan e ao senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do ex-presidente.
Flávio Bolsonaro é suspeito de ter sido beneficiado pela Abin em investigações relacionadas a um suposto esquema de rachadinha em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A agência teria levantado informações para anular a apuração, conforme a PF.
A Operação Vigilância Aproximada, desencadeada na quinta-feira, é uma continuação da Operação Última Milha, que começou em outubro de 2023 para investigar o uso ilegal do software espião na Abin. Sete policiais federais foram alvo da operação, incluindo o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem.