Recém-eleito para comandar o Instituto Teotônio Vilela, o deputado federal Aécio Neves demonstra otimismo em relação ao futuro do PSDB. Com planos de reconstrução para o partido, Aécio visa superar disputas internas e restaurar a relevância perdida. Em entrevista à VEJA, o político aborda temas como sua absolvição pela Justiça, a reconstrução partidária e a intenção de posicionar o PSDB como liderança na oposição ao governo Lula.
O Instituto Teotônio Vilela, braço de formação política do PSDB, terá como missão principal criar um “farol da oposição”. Aécio Neves destaca a necessidade de um novo discurso para o partido, reunindo economistas, intelectuais e representantes de movimentos sociais. Além disso, o deputado planeja formar quadros qualificados para as eleições vindouras, reforçando a importância de evitar erros do passado.
Ao abordar a situação política do PSDB, Aécio comenta sobre as prévias para a escolha de um candidato em 2022 e a inviabilidade da candidatura vitoriosa pouco tempo depois. Ele esclarece que João Doria era um “não candidato” à Presidência, negando ressentimentos em relação a Doria e Geraldo Alckmin, que deixou o partido.
Sobre as eleições de 2026, Aécio menciona Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, como a aposta do PSDB. Destaca a maturidade de Leite e sua agenda moderna como qualidades que podem atrair a juventude. Quanto a uma possível nova candidatura própria, Aécio expressa sua intenção de focar na consolidação do nome de Leite.
Na análise crítica ao governo Lula, Aécio Neves destaca a gastança desenfreada, a ampliação do número de ministérios e a falta de eficiência na gestão pública. Ele ressalta a importância da responsabilidade fiscal e critica a política externa de Lula, considerando-a atrasada e alinhada com ditaduras.
Quando questionado sobre a polarização entre Lula e Bolsonaro, Aécio enfatiza a necessidade de uma terceira via, centrada no PSDB. Ele destaca a importância de um projeto liberal na economia, inclusivo socialmente, com foco na geração de emprego e renda.
Ao final, Aécio Neves aborda sua experiência nas eleições de 2014, mencionando a proximidade de se tornar presidente e destacando que o Brasil teria sido diferente. Ele rejeita a ideia de ter aberto caminho para os arroubos antidemocráticos do governo Bolsonaro e reafirma sua absolvição, destacando que foi vítima de uma ação criminosa da Lava-Jato.