A história de Boa Esperança do Norte (MT), o município mais recentemente oficializado no Brasil, que planeja eleger seu primeiro prefeito e vereadores no próximo ano, remonta aos anos 1970. Alberto Francio, catarinense de Videira e descendente de italianos, junto com seus irmãos, estabeleceu-se inicialmente em Cuiabá e posteriormente em Sorriso, participando ativamente da formação da cidade, emancipada em 1986, e iniciando a colonização do distrito que viria a se tornar Boa Esperança.
Calebe Francio, seu filho e atual subprefeito, surge como uma possível escolha para liderar o novo município, resultado de uma articulação entre produtores rurais de Sorriso, considerada a cidade mais rica do agronegócio no país. A expectativa é de uma candidatura única, fruto de acordos políticos em fase de negociação na nova cidade.
Boa Esperança, agora oficializada após decisão do STF que encerrou mais de duas décadas de luta, tornou-se o 5.569º município brasileiro. Com aproximadamente 7.000 habitantes na área urbana e estimados 3.000 a 5.000 na zona rural, a cidade já tem planos para estrear nas eleições de 2024.
Apesar de ter sido emancipada em 2000, o Tribunal de Justiça de MT declarou sua criação inconstitucional após um mandado de segurança impetrado por Nova Ubiratã, que cederá 80% da área do novo município, enquanto o restante será desmembrado de Sorriso.
Calebe, filiado ao PSDB e ocupando o cargo de subprefeito desde 2017, assume a responsabilidade de liderar o processo de emancipação e, agora, a possível candidatura à prefeitura. O objetivo do grupo, formado principalmente por produtores rurais, é alcançar um consenso para uma candidatura única, mas não descartam a possibilidade de concorrência.
A família Francio, com origens no norte da Itália, chegou ao Brasil nos séculos 19 e 20, destacando-se na produção de soja e milho em Sorriso. Com a transformação em município, Boa Esperança do Norte planeja investir na área de serviços, apontada como deficitária.
A cidade, que nasce com uma população superior a 50 cidades mato-grossenses, tem a perspectiva de figurar entre as mais ricas do agronegócio no estado, seguindo os passos de Sorriso, o município mais rico do setor no país. A decisão favorável à oficialização foi tomada pelo STF em 6 de outubro, após julgamento de ADPF movida pelo MDB.