No próximo dia 25, Jair Bolsonaro convocará uma manifestação em apoio a seu governo na Avenida Paulista, em São Paulo. Esta será a primeira mobilização bolsonarista convocada pessoalmente pelo ex-presidente desde o ataque às sedes dos Três Poderes, em Brasília, ocorrido em 8 de janeiro de 2023. A convocação, realizada por meio de um vídeo divulgado nas redes sociais, surge em um momento delicado, com a Polícia Federal (PF) avançando nas investigações sobre a possível participação de Bolsonaro na articulação de um golpe de Estado.
Na Operação Tempus Veritatis, mais de 30 mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra aliados de Bolsonaro na semana passada. O ex-presidente teve medidas restritivas impostas como resultado das investigações em andamento.
No vídeo de convocação, Bolsonaro assegura que o ato será “pacífico” e pede aos apoiadores que evitem levar faixas “contra quem quer que seja”. Em manifestações anteriores, era comum a exibição de faixas pedindo intervenção federal e atacando ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Desde o ataque de 8 de janeiro, as manifestações em apoio a Bolsonaro diminuíram. Mesmo em feriados nacionais, como 7 de Setembro e outros, a adesão foi menor em comparação aos anos anteriores. Em outubro passado, Bolsonaro reconheceu que a participação nas manifestações diminuiria devido às consequências do ataque de janeiro.
A mobilização marcada para 25 de fevereiro representa a primeira vez que Bolsonaro entra pessoalmente na convocação desde o episódio de 8 de janeiro.
Durante seu mandato, Bolsonaro endossou atos de apoio à sua gestão, sendo a data preferida para tais manifestações o 7 de Setembro, feriado da Independência. No entanto, o discurso mais crítico aconteceu em 2021, quando Bolsonaro, na Avenida Paulista, afirmou que “não mais cumpriria” decisões judiciais do ministro do STF Alexandre de Moraes, provocando represálias e forçando um recuo posterior.
Relembre as principais manifestações pró-governo durante o mandato de Bolsonaro, desde a primeira em maio de 2019, com críticas aos Poderes Legislativo e Judiciário, até os protestos de setembro de 2022, que resultaram em condenação do TSE por abuso de poder.