O ex-presidente Jair Bolsonaro, do Partido Liberal (PL), compareceu à sede da Polícia Federal (PF) em Brasília nesta quinta-feira, 22, para prestar depoimento no âmbito da investigação que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado. Contudo, o ex-mandatário optou por permanecer em silêncio durante o interrogatório, conforme informado pelo advogado Fabio Wajngarten. A visita de Bolsonaro à PF durou menos de meia hora.
Além do ex-presidente, outros investigados também compareceram para depor, incluindo o ex-ministro e ex-candidato a vice-presidente Walter Souza Braga Netto, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-comandante da Marinha Almir Garnier. Em uma estratégia da PF, todos os investigados foram ouvidos simultaneamente, evitando possíveis combinações de versões. Os depoimentos fazem parte da operação Tempus Veritatis, desencadeada há duas semanas pela PF.
Segundo as investigações, Bolsonaro e seus aliados teriam se organizado para tentar um golpe de Estado, visando manter o ex-presidente no poder e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu ao pedido da defesa de Bolsonaro e concedeu acesso aos mandados da operação. No entanto, os advogados do ex-presidente solicitaram também o acesso às mídias digitais, como telefones e computadores, bem como à delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, mas não foram autorizados.
Em seguida, a defesa informou que o ex-presidente não colaboraria com a PF e solicitou o adiamento do depoimento, no entanto, Moraes rejeitou o pedido.