O parlamentar Guilherme Boulos, do PSOL-SP e atual pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, eliminou uma postagem que abordava o crescimento da concentração de renda entre diversos grupos sociais no período de 2017 a 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). A publicação original referenciava a nota técnica do Observatório de Política Fiscal do FGV Ibre, divulgada pela Folha, revelando que a renda dos mais ricos na pirâmide social brasileira havia aumentado três vezes mais rápido do que a do restante da população.
A exclusão do texto provocou críticas, especialmente de aliados do ex-presidente Bolsonaro, que comentaram a situação nas redes sociais. Bolsonaro, de forma irônica, agradeceu a Boulos por expor o que ele interpretou como um avanço na distribuição de renda durante seu governo.
Na publicação original, Boulos classificava os resultados da nota técnica como uma “catástrofe bolsonarista” e destacava o crescimento de 96% na renda do grupo mais rico (0,01% da população) em contraste com o avanço limitado de 33% para os 95% mais pobres, próximo à taxa de inflação do período (31%).
Carla Zambelli (PL-SP) ironizou Boulos, questionando o motivo da exclusão do post e sugerindo que o parlamentar teria inadvertidamente admitido um aumento na renda dos mais pobres durante o governo Bolsonaro.
O vereador Rubinho Nunes (União Brasil), ex-membro do MBL, também comentou a situação, enfatizando que até mesmo socialistas reconheceram o elogio implícito na publicação de Boulos.
Boulos tem focado na desigualdade social como um dos temas centrais de sua pré-campanha, destacando sua trajetória em movimentos sociais, como o MTST, e sua disposição em combater a disparidade entre as regiões ricas e periféricas de São Paulo.