Mais de 5 bilhões de pessoas enfrentarão pelo menos um mês de calor extremo em 2050, de acordo com um estudo realizado pelo jornal The Washington Post em parceria com a ONG CarbonPlan. Essa estimativa representa um aumento significativo em comparação com o ano 2000, quando “apenas” 2 bilhões de pessoas foram afetadas por esse fenômeno climático preocupante.
Os cientistas envolvidos no estudo estabeleceram 32°C como a temperatura mínima para ser considerada “extrema”. Isso ocorre porque, mesmo em temperaturas ligeiramente mais baixas, houve muitas mortes relacionadas ao calor. As projeções indicam que Manaus será uma das cidades mais afetadas, com impressionantes 258 dias de calor extremo por ano. Belém também não escapará desse fenômeno, com um aumento de seis meses de calor, totalizando 222 dias de temperaturas extremas.
A crise do calor extremo terá um impacto desproporcionalmente maior sobre os países mais pobres em regiões quentes, como a África Subsaariana e o sul da Ásia, de acordo com os cientistas. O estudo revela que aproximadamente 80% das pessoas afetadas pelo calor extremo vivem em países com um PIB per capita inferior a 25 mil dólares.
Matthew Huber, professor de ciências da terra na Universidade de Purdue, alertou que esse fenômeno representará um dos maiores desafios enfrentados pela sociedade humana.
No Brasil, várias cidades também sofrerão com o calor extremo em 2050. Campo Grande, por exemplo, enfrentará 39 dias com temperaturas perigosas para quem se expuser ao sol, embora nenhum dia seja considerado perigoso mesmo na sombra. O Rio de Janeiro terá 22 dias de calor extremo, Porto Alegre terá oito, e Salvador apenas dois. No entanto, São Paulo e Brasília não estão previstas para terem dias perigosos em relação ao calor extremo.
Em 2050, a cidade mais quente do mundo ainda será Pekanbaru, na Indonésia, com 344 dias de calor extremo. Dubai (Emirados Árabes Unidos) e Kolkata (Índia) também estão na lista, com 189 e 188 dias de calor extremo, respectivamente.
Este estudo reforça a importância urgente de medidas globais para combater as mudanças climáticas e mitigar os efeitos devastadores do calor extremo que afetará bilhões de pessoas em todo o mundo.
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