A Polícia Civil de Ipojuca (PE) está investigando um caso envolvendo uma câmera oculta encontrada em um flat na praia de Muro Alto, localizada em Porto de Galinhas, uma região turística de Pernambuco.
O incidente aconteceu no dia 16 do mês corrente. De acordo com a polícia, um casal de turistas de São Paulo suspeitou de uma tomada voltada para a cama, na qual não era possível conectar dispositivos, dada a disposição do móvel em frente a ela. Ao examinarem os buracos da tomada, descobriram uma câmera espiã. Os turistas notificaram o condomínio e registraram a ocorrência.
O casal estava hospedado desde o dia 13 em uma das unidades do OKA Beach Residence, reservada por meio de uma plataforma de locação.
Carlos Ferreira, síndico do OKA Beach Residence, esclareceu que o local não é um resort, mas sim um condomínio residencial composto por 266 unidades. Apesar da maioria dos imóveis ser destinada a locações, o síndico afirmou que o estabelecimento não oferece serviços de hotelaria. Em uma nota divulgada, o estabelecimento “repudia essa atividade criminosa” e alega não ter controle “sobre locações individualizadas”. Ferreira enfatizou que a responsabilidade de cada unidade é dos proprietários, que apenas informam o condomínio quando há hóspedes para identificação no acesso.
A atual proprietária do imóvel onde a câmera foi encontrada o adquiriu há quatro meses. Ao tomar conhecimento do ocorrido, ela procurou voluntariamente a polícia, alegando ter sido surpreendida. O delegado Ney Luiz Rodrigues, responsável pelo caso, descartou a possibilidade de envolvimento da proprietária.
As vítimas não estiveram presentes na perícia realizada no imóvel no dia 17, pois já haviam retornado a São Paulo. Durante a perícia, foram recolhidos a câmera e um cartão de memória.
O delegado informou que o caso está sendo investigado como uma tentativa de “registro não autorizado de intimidade sexual”, caracterizado como o crime de “produzir, fotografar, filmar ou registrar […] conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos participantes”, conforme o Código Penal. A pena prevista é de até um ano de prisão, além de multa.
Rodrigues destacou que objetos como ar-condicionado, abajur e TV podem ser adulterados para esconder câmeras. Em entrevista ao programa Bom Dia PE, da TV Globo, ele aconselhou os hóspedes preocupados com esse tipo de crime a apagarem as luzes do quarto e examinarem o local com a lanterna do celular, observando possíveis reflexos da lente da câmera. Caso suspeitem de algo, a orientação é contatar os responsáveis.