A defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, solicitou à Justiça o arquivamento da ação apresentada pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos extremistas ocorridos em 8 de janeiro. A solicitação ocorreu devido ao fato de Cid ter permanecido em silêncio durante seu depoimento na última terça-feira, dia 11.
Vestindo a farda do Exército, Mauro Cid decidiu não responder aos questionamentos feitos pelos membros da CPMI. Ao longo de mais de oito horas de interrogatório, o militar reafirmou várias vezes que utilizaria seu direito de permanecer em silêncio, pois é alvo de oito investigações por parte do Poder Judiciário, especialmente pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em junho, a ministra do STF, Cármen Lúcia, determinou que Cid comparecesse à CPMI, garantindo-lhe o direito de não produzir provas contra si, podendo ficar em silêncio e se recusar a responder perguntas que poderiam incriminá-lo.
A defesa argumenta que há uma tentativa de criminalizar o direito ao silêncio e que os membros da CPMI tentaram constranger e coagir Cid a falar. Segundo os advogados, todos os questionamentos feitos estavam relacionados, direta ou indiretamente, às investigações formais que envolvem Mauro Cid.
O ex-ajudante de Bolsonaro não respondeu sequer a sua idade durante o depoimento. A defesa afirmou que isso foi mais uma tentativa de expor Cid a uma situação vexatória e uma crítica ao exercício de um direito constitucional legítimo, tornando a situação ainda mais grave.
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