Mesmo ocupando cargos importantes na Esplanada dos Ministérios, a bancada do Partido Progressista (PP) na Câmara dos Deputados tem expressado descontentamento em relação ao governo federal, sinalizando a possibilidade de criar obstáculos para as propostas do Palácio do Planalto no Congresso Nacional.
A nomeação do deputado André Fufuca (PP-MA) como Ministro do Esporte em setembro, seguida pela troca na presidência da Caixa Econômica Federal para contemplar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foram movimentos estratégicos do presidente Lula para fortalecer a relação com o centrão e o Congresso.
No entanto, membros do PP argumentam que a escolha de Fufuca não teve o impacto desejado na relação da bancada com o governo, reforçando a independência do partido. Há críticas quanto à falta de projeção e baixo orçamento do Ministério do Esporte, considerado de pouca relevância eleitoral para as próximas eleições municipais.
A troca na presidência da Caixa também é minimizada pelos parlamentares, que a veem como um gesto específico para Lira, sem benefícios significativos para o partido como um todo.
A insatisfação vai além das nomeações, envolvendo a demora na liberação de emendas e mudanças em projetos acordados previamente com os deputados. Com o recesso parlamentar se aproximando, o governo busca aprovar rapidamente medidas econômicas, como a Reforma Tributária e a proposta de subvenção do ICMS. No entanto, a lentidão na decisão de levar essas propostas à votação é apontada como um obstáculo pela bancada do PP.
Apesar do histórico de apoio do PP ao governo em votações importantes, a insatisfação atual pode impactar a celeridade na tramitação de projetos. Os deputados destacam a necessidade de cumprimento das promessas feitas pelo Executivo, incluindo a liberação de emendas, para garantir o apoio contínuo do partido.