“Enquanto sepultávamos meu irmão, recebemos a notícia do Hospital Delphina Aziz que minha irmã também havia morrido”
Morador do bairro Betânia, zona sul de Manaus, ele enterrou a mãe na última quarta-feira, dia 21, no cemitério São João Batista. E na manhã de ontem domingo, dia 26, enquanto sepultava o irmão no Tarumã, recebeu a ligação do Hospital Deplhina Aziz de que a outra irmã, também havia morrido. Os três mortos, em apenas seis dias, vítimas do novo coronavírus (Covid-19).
Renato, que trabalha no Centro de Formação Profissional Padre Anchieta (Cepan) da Secretaria de Estado de Educação (Seduc-AM), conta que toda a família apresentou os sintomas de coronavírus. Tosse seca, dor no corpo, falta de ar e perda de olfato e paladar.
O primeiro a ser internado foi o irmão Sebastião Azevedo de Lima (foto à direita), 53 anos. “Ele deu entrada no [Hospital e Pronto-Socorro] 28 de Agosto no dia 13 de abril com muita falta de ar. Era diabético, do grupo de risco”, conta Renato. Enquanto o irmão lutava pela vida, a matriarca da família, Onédia Azevedo de Lima (foto à esquerda), de 80 anos, diabética, foi para a UTI de um hospital particular.
Resistiu por cinco dias. Morreu na terça-feira, dia 20, e foi enterrada no dia seguinte. As atenções então se voltaram para o estado de saúde de Sebastião, internado no 28 de Agosto. Mas dois dias depois, a irmã Odaléia Azevedo de Lima, 59 anos, diabética e hipertensa, era transferida em estado greve da UPA Campos Sales para o Hospital Delphina Aziz. “Foi quando a tempestade caiu sobre nossa família.
Meu irmão morreu ontem (sábado, 25). Enquanto o sepultávamos, recebemos a notícia da morte da minha irmã”, lamenta Renato. Conforme boletim divulgado hoje pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), o coronavírus já alcança 46 municípios, além de Manaus. Até o momento, são 3.833 contaminados e 304 óbitos.
Renato e sua família sabem o que é perder a guerra para o coronavírus, que ele chama de “doença traiçoeira”. E alerta. “As pessoas ainda estão descrentes. Não é uma gripezinha. É uma doença traiçoeira.
Vivemos uma tempestade na família porque meus irmãos não levaram a sério a quarentena e o isolamento. Por isso, usem a máscara. Façam a higienização com álcool em gel e água e sabão. O vírus mata”, advertiu. Fotos:
Reprodução/Facebook
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