Depois de 27 anos afastada da política partidária, a ex-deputada Beth Azize decidiu disputar novamente uma vaga na Assembleia Legislativa em 2022. Ele foi a primeira mulher e presidir o Parlamento Estadual, entre 1983 e 1985. Também exerceu dois mandatos de deputada federal. Agora, aos 81 anos, percebeu que as redes sociais empoderaram a população e resolveu retornar à cena política. “Sofri muito com a imprensa durante meus mandatos, mas hoje vejo uma mudança para melhor. O povo está mais livre”, afirma.
Natural de Manacapuru, Azize vem de tradicional família de comerciantes, mas optou pelo Direito como formação. Formou-se na Universidade do Amazonas (atual Ufam) e exerceu a função de juíza de direito por quatro anos, especializando-se em seguida na Universidade de Lisboa. Na volta a Manaus, atuou como procuradora do município, até entrar para a política, em 1976, quando elegeu-se vereadora na capital. Dois anos depois chegou à Assembleia Legislativa pelo MDB, partido que reunia os opositores da ditadura militar.
Ela reelegeu-se para novo mandato de deputada em 1982 e no final deste rompeu com o então governador Gilberto Mestrinho e uniu-se a Arthur Virgílio Neto no movimento Muda Amazonas, filiando-se ao PSB. Em 1986 elegeu-se deputada federal pela primeira vez e participou da Assembleia Nacional Constituinte. Reelegeu-se em 1990 e afastou-se da política em 1994, depois de tentar em vão o terceiro mandato seguido.
A ex-deputada ajudou a fundar o PSDB e o PDT, mas decepcionou-se com os partidos. “É que eles têm uma mania de ter dono”, dispara. Por isso, ainda não decidiu por qual legenda disputará a eleição do ano que vem. “Posso garantir que não será pelo PT, nem pelo PC do B ou pelo PSol. Estes já nasceram viciados”, diz. “Tenho até outubro para me definir. Só não quero entrar em legenda que abrigue corrupto”, acrescenta.
Para a ex-deputada, há um contingente grande de pessoas hoje que não aceita mais as velhas práticas políticas. “Ainda tem gente que se deixa iludir e elege corruptos, mas há hoje um grupo que não se deixa iludir. Por isso decidi retornar. Esse pessoal que aprovou o fundão precisa ser defenestrado da política. Eu nunca recebi um centavo de ninguém nas minhas campanhas, muito menos do povo. Dinheiro público não é para financiar mandatos e eleição”, ataca. Ela garante que não usará o Fundo Eleitoral. “Esse recurso tem que ser aplicado nas reais necessidades da população”, defende.
Beth Azize tem participado de lives com personalidades locais nas redes sociais e indica que pretende usar bastante as postagens para impulsionar a candidatura.
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