A Fifa e a Conmebol enviaram uma carta à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) expressando preocupação com a decisão da Justiça Comum de destituir o presidente Ednaldo Rodrigues. Na correspondência, as entidades anunciaram que enviarão representantes ao Brasil e solicitaram que a eleição na entidade seja adiada até que essa visita seja concluída para uma análise detalhada da situação.
As organizações internacionais também criticaram a nomeação do presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), José Perdiz, como interventor da CBF, realizada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Na visão da Fifa e da Conmebol, o diretor mais antigo da CBF, Hélio Santos Menezes (diretor de compliance e governança), deveria assumir a gestão da entidade, conforme previsto no estatuto da CBF. Desta forma, as entidades não reconhecem Perdiz como representante da CBF, apenas Hélio Menezes.
Existe a ameaça de sanções à confederação brasileira se for entendido que houve interferência de terceiros na gestão. A penalidade mais severa seria a suspensão da CBF, o que impediria a seleção brasileira de participar de competições internacionais, incluindo as eliminatórias da Copa do Mundo.
A carta, endereçada ao secretário-geral da CBF, Alcino Reis, que permanece no cargo, explica que a Fifa e a Conmebol já receberam todos os documentos relacionados ao processo jurídico da destituição de Ednaldo Rodrigues.
A Fifa afirma que, se as ações do tribunal de justiça configurarem interferência de terceiros, as entidades não terão “alternativa além de aplicar as relevantes sanções na CBF”. Na sequência, a carta destaca que a eleição na CBF, marcada pela Justiça, não deve ocorrer antes da visita das delegações da Fifa e Conmebol ao Brasil em janeiro, para examinar a situação e discutir o assunto com os órgãos envolvidos.
A carta foi assinada por Kenny Jean-Marie, chefe de associações membros, e Monserrat Jiménez Granda, secretária-geral da Conmebol.