O pai de Polyanna Lôbo, um idoso de 78 anos, está internado há seis dias na Unimed, sem ser operado, após fraturar o fêmur. Após pagar mais de 20 anos do plano de saúde, a filha relata série de descasos da operadora em Manaus
“Arcamos com o plano durante vinte anos. Alguém terá que pagar por omissão de socorro; por misericórdia, alguém nos ajude”. A declaração é da consultora de imagem Polyanna Hellena Lôbo e Silva, 43, segundo a qual o pai, um idoso de 78 anos, está internado há seis dias em uma unidade da Unimed, situada na avenida Constantino Nery, bairro São Geraldo, Zona Centro-Sul de Manaus, sem ser operado após fraturar o fêmur.
Depois de contrair Covid, o idoso, que teve a identidade preservada, foi internado em uma unidade da operadora de planos de saúde. De acordo com Polyanna, o irmão dela teve de viajar de Minas Gerais a Manaus para trazer medicamentos ao pai. “Foi uma guerra para ele poder ser atendido”, disse a consultora de imagem.
Por causa do contágio do novo coronavírus, o idoso ficou com cinquenta por cento do pulmão comprometido.
Mineiro, o idoso reside na capital do Amazonas há 23 anos. A consultora de imagem viajou de Vitória para Manaus, em decorrência da internação do pai. Segundo ela, a equipe de enfermagem que atendeu o paciente chegou a perder fichas de autorização de medicamentos.
“Tive de dirigir de madrugada, em uma cidade que não conheço, e ir até o hospital, onde tive de ‘peitar’ todo mundo”, relatou a filha do paciente.
Além do problema relacionado a medicamentos, Polyanna também criticou a escassez de lençóis. Ela mencionou, ainda, que um dos médicos responsáveis pelo pai dela pediu para que orassem por ele e pela equipe do profissional.

“O próprio médico e as enfermeiras me aconselharam a realizar uma denúncia. Quando fizemos o plano, há vinte anos, era o melhor. Hoje em dia, a Unimed está jogada às traças”, disse.
A consultora de imagem afirmou, também, que as preocupações com o pai começaram a afetar a saúde dela. “Estou frágil, em uma cidade desconhecida, tendo de cuidar de meu pai, que está mais frágil ainda. E o que deveria nos ajudar está sendo uma fonte de estresse à minha família inteira”.
Devido à fratura no fêmur, o idoso apresenta dificuldades para se alimentar e defecar, além de sentir dores, explicou Polyanna.
A reportagem de A Crítica tentou contato com a operadora de planos de saúde e aguarda posicionamento oficial a respeito do caso. A Critica