O deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania) recebeu na noite da última quarta-feira, 04, relatos de uma grávida com 33 semanas sobre a Maternidade Cidade Nova Dona Nazira Daou, localizada na Cidade Nova II. Trata-se da dona de casa Luciane de Góes Coelho, 34, que relatou ao parlamentar que chegou à unidade de saúde às 16h e foi atendida somente três horas depois. Com a troca de plantão e o aguardo demorado do retorno, ela deixou o local por volta das 22h30, mais de cinco horas na maternidade. Segundo ela, outras mães também foram expostas a demora, devido à superlotação e falta de leitos.
“Teve gente que chegou para ser atendido com urgência e não conseguiu atendimento. Eles (funcionários da maternidade) dizem apenas que não tem leito, que tem que esperar desocupar, e que eles não conseguem transferir. Está superlotado, fui atendida no corredor, depois só falaram que eu iria fazer o teste da Covid-19, e eu morrendo de dor, e pedia pelo amor de Deus por um médico. Quando fui atendida, me deram buscopan e dipirona, a médica mal olhou para minha cara, passou para eu tomar cefalexina e mandou eu voltar para casa. Fui dormir mais de três horas da madrugada e com muita dor. A gente não vai ao hospital porque gosta de ir, mas por necessidade, porque precisa. Eu estou indo lá algumas vezes, e é toda vez isso”, desabafou Luciane.
Ainda segundo a dona de casa, o atendimento só ocorreu depois de muita cobrança. “Muita demora mesmo, é preciso a pessoa fazer quase que um barraco para ser atendida, pois se você ficar esperando a boa vontade, fica lá de molho. Eu sei que existem profissionais e profissionais, mas por um acaba pagando todos. Cheguei quatro da tarde, fui atendida pelo médico sete da noite. O retorno com a outra médica só aconteceu quase 21h30, depois de eu ficar reclamando e indo direto na enfermaria questionar a demora, pois estava com muita dor. Disseram que eu precisava ficar internada, mas não tinha leito, voltei para casa. Tinham muitas pessoas lá passando muito mal, superlotado”.
Diante da situação, o deputado vai enviar um ofício à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) dando ciência sobre a situação da maternidade e cobrando providências do Estado para normalizar a atendimento às grávidas. “Essas mães precisam ser assistidas, isso é desumano. Este relato preocupa e, ao mesmo tempo, é um pedido de ajuda, de socorro, de uma mãe que quer dignidade num momento tão único. O Estado, se não sabe, precisa ter conhecimento e tomar as providências necessárias urgentemente”, disse o parlamentar.
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