O governo Lula divulgou, em uma iniciativa chamada “Atlânticas – Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência,” o lançamento de um programa de bolsas de estudo para doutorado e pós-doutorado sanduíche no exterior, destinado especificamente a mulheres negras, quilombolas, indígenas e ciganas. O anúncio foi realizado em Belém (PA) e tem como objetivo oferecer ao menos 45 vagas para essas estudantes. Até o momento, os detalhes do processo de seleção ainda não foram revelados.
O programa, que conta com um investimento aproximado de R$ 8 milhões, é fruto de uma parceria entre os ministérios de Ciência e Tecnologia, das Mulheres, dos Povos Indígenas, CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e Capes. Para participar da seleção, as mulheres interessadas devem estar matriculadas regularmente em cursos de doutorado reconhecidos pela Capes ou terem concluído programas de pós-graduação.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, ressaltou a relevância do programa, destacando que ainda são poucas as pessoas negras que têm acesso à academia como deveriam. Segundo dados do CNPq, apenas 4,9% das bolsas de doutorado sanduíche no país são destinadas a mulheres negras, enquanto as mulheres brancas representam 30,9% dos contemplados. Nenhuma mulher indígena é beneficiada pelo programa atualmente. No pós-doutorado no exterior, a representação das mulheres negras é de apenas 12,6%, enquanto as mulheres brancas chegam a 37,7%, e novamente não há nenhuma mulher indígena contemplada.
Além disso, a ministra anunciou que a pasta irá firmar um protocolo de intenções com a Universidade de Brasília (UnB) para oferecer bolsas de mestrado a sete estudantes no Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais.
Anielle Franco ressaltou o compromisso em atender as demandas, com os critérios de seleção sendo elaborados em conjunto com os outros ministérios envolvidos no programa.
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