Publicado em 15 de julho de 2023 por Agência Brasil
Voltada para conscientizar a população sobre o câncer ginecológico, a Campanha Julho Verde-Escuro destaca a importância dos exames preventivos e do diagnóstico precoce dessa doença. Apesar de sua alta incidência no Brasil, a adoção de medidas preventivas pode reduzir drasticamente a ocorrência desses tumores.
Os cânceres ginecológicos são aqueles que afetam um ou mais órgãos do sistema reprodutor feminino. No Brasil, os tumores mais frequentes desse tipo de câncer são encontrados no colo do útero, no corpo do útero e nos ovários. Esses tipos de câncer estão entre os dez mais comuns em mulheres no país, de acordo com o Ministério da Saúde. O chefe do Departamento de Ginecologia Oncológica do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Gustavo Guitmann, destaca que o câncer de colo do útero ocupa o terceiro lugar, com uma média de 17 mil casos por ano, seguido pelo câncer de corpo do útero, em sétimo lugar, com aproximadamente 7,8 mil casos, e o câncer de ovário, com 7.310 casos, em termos de incidência.
É importante investigar sintomas como sangramentos incomuns e secreção vaginal fora do padrão. Mulheres que possuam histórico familiar de câncer ginecológico devem ter especial atenção. Em todos os casos, a prevenção é fundamental por meio de exames periódicos.
Patrícia Lins, uma servidora pública, recebeu o diagnóstico de um tumor no corpo do útero, no momento em que seu casamento estava marcado. Ela chegou a adiar a cerimônia devido à doença. Após analisar as opções com seus médicos, decidiu pela retirada do órgão.
“Evidentemente, não posso dizer que isso não me afetou. Imaginar que nunca poderei ter um filho biológico mexeu um pouco comigo”, conta Patrícia. “Mas essa não foi uma decisão que tomei sozinha. Em determinado momento, conversei com meu noivo e disse: ‘Olha, você é muito jovem, vou te deixar livre’. Fui muito honesta, mas ele recusou. No fim das contas, dizer que isso não me afetou seria uma mentira”, lembra ela.
O ginecologista Leonardo Campbell ressalta a importância do diagnóstico precoce e enfatiza que a manutenção dos exames de rotina e das consultas ao ginecologista foi o que salvou a vida de Patrícia Lins. “Ela apresentava uma alteração, um pólipo endometrial que foi descoberto durante um exame de ultrassom transvaginal de rotina. Esse sinal de alerta, devido ao tamanho e formato do pólipo, levou à investigação e ao diagnóstico no estágio inicial. Esse é o objetivo hoje em dia”, explica Campbell.
“Antigamente, não faz tanto tempo, cerca de 20 anos atrás, 80% das pacientes com câncer ginecológico morriam. Hoje, 80% sobrevivem. Isso se deve não apenas à melhora no tratamento, mas principalmente ao diagnóstico precoce”, acrescenta Campbell.
Patrícia Lins, a servidora pública, destaca a importância de realizar um check-up anual. “Quando eu conversei com minhas primas que não iam ao médico há dois anos e com uma amiga minha, eu disse: ‘Amiga, mesmo sem plano de saúde, economize dinheiro para fazer um check-up uma vez por ano’. Porque, vou te falar, o preço que se paga no futuro é muito maior do que o valor de um exame se você não cuidar da sua saúde.”
Publicado em 15/07/2023 – 11:05 Por Carla Maia – Repórter da TV Brasil – Brasília
Edição: Juliana Andrade
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