Na quarta rodada da pesquisa Genial/Quaest de 2023, os resultados revelam um aumento significativo na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atingindo a marca de 60% de apoio por parte dos eleitores. Este é o maior índice registrado desde o início da série, representando um avanço de nove pontos percentuais em relação ao levantamento de opiniões realizado em abril. Paralelamente, a desaprovação do trabalho presidencial recuou de 42% para 35% no mesmo período.
O destaque para essa melhora nos indicadores de aprovação do presidente está diretamente relacionado com a percepção positiva em relação à economia do país. Para 34% dos entrevistados, houve uma melhoria na situação econômica nos últimos 12 meses. Mais notavelmente, impressionantes 59% dos entrevistados acreditam que essa tendência positiva na economia continuará nos próximos 12 meses. Entre aqueles que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro, esse otimismo é compartilhado por 35% dos entrevistados.
O crescimento da aprovação do presidente é evidente mesmo em setores que tradicionalmente se mostraram críticos ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao ex-presidente Lula. Na região Sul, onde Lula e o PT têm enfrentado desafios eleitorais, a aprovação teve um salto de 11 pontos percentuais em relação a junho, passando de 48% para 59%. A avaliação negativa, por sua vez, reduziu na mesma proporção, indo de 49% para 38%. Na região Sudeste, a aprovação também cresceu, indo de 51% para 55%.
Um dado surpreendente é observado entre o eleitorado evangélico, que majoritariamente apoiou Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. Pela primeira vez na série histórica da pesquisa, a aprovação de Lula superou a desaprovação nesse grupo, com uma margem de 50% a favor e 46% contrários. Entre os indivíduos com ensino superior incompleto ou superior completo, a aprovação voltou ao patamar observado em fevereiro, alcançando 53% e superando a desaprovação. Além disso, 25% daqueles que votaram em Bolsonaro aprovam o trabalho de Lula.
Dois programas específicos destacam-se como positivos para a maioria dos entrevistados: o Plano Safra, que oferece financiamento para a agricultura, foi aprovado por 79% dos participantes; o programa de renegociação de dívidas, conhecido como Desenrola, obteve 70% de aprovação.
A pesquisa também revela uma percepção positiva quanto ao relacionamento de Lula com o Congresso Nacional. Cerca de 43% dos entrevistados consideram que Lula tem tido mais facilidade para obter apoio no Congresso (um aumento em relação aos 31% registrados em junho), enquanto 38% acreditam que a dificuldade aumentou (uma queda em relação aos 51% registrados em junho).
Quando questionados sobre a avaliação geral do governo, 42% dos entrevistados consideram-no positivo (um aumento de 5 pontos percentuais desde junho), 24% o avaliam de forma negativa (uma queda de 3 pontos desde junho) e 29% o consideram regular (em comparação aos 32% registrados em junho). Entre os eleitores que apoiaram Bolsonaro, principal opositor de Lula, 51% têm uma avaliação negativa do governo. Em abril, esse índice era de 60%.
A pesquisa também aponta uma mudança na percepção das notícias relacionadas ao governo. Comparado a junho, o percentual daqueles que afirmaram ter ouvido mais notícias positivas do que negativas aumentou de 32% para 38%. Entre as notícias positivas mais mencionadas espontaneamente pelos entrevistados, destaca-se o aumento do Bolsa Família para R$ 600, com adicional de R$ 150 por criança (citado por 9%), bem como a redução dos preços (mencionada por 8%). A notícia negativa mais destacada foi a percepção de que o presidente não cumpre suas promessas e é envolvido em corrupção.
A pesquisa foi conduzida entre os dias 10 e 14 de agosto, com a realização de 2.029 entrevistas presenciais com cidadãos brasileiros.
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