O Amazonas é um verdadeiro paraíso para os amantes da pesca esportiva. Seus imensos
e caudalosos rios, com seus afluentes, lagos, igarapés e várzeas, abrigam mais de 2.500
espécies de peixes, incluindo os chamados peixes lisos (surubim, caparari, pintado,
pirarara, jaú, filhote), além do matrinxã, peixe-cachorro, pirarucu e o mais requisitado e
famoso de todos: o tucunaré.
O tucunaré é considerado o rei dos peixes esportivos de água doce; todo pescador sonha
em capturar um tucunaré-açu.
Essa espécie, quando não é perseguida, consegue se reproduzir duas vezes por ano. Por
isso, em nossa Matriz Econômica Ambiental, planejamos uma pesca sustentável dessa
espécie, com rodízio nos locais de pesca (lagos e rios) para garantir o repovoamento
natural.
Havíamos projetado criar sete áreas no Amazonas e uma em Roraima (no Rio Branco),
levando em conta a densidade de lagos e os rios de água escura. Essas áreas seriam:
• Rio Uatumã, com seus afluentes e lagos;
• Rio Negro, dividido em duas partes: de Manaus até o Rio Branco e entre Barcelos
e Santa Isabel;
• Região do Castanho, Careiro da Várzea, Careiro Castanho, Autazes, Manaquiri e
Nova Olinda do Norte;
• Maués, Boa Vista do Ramos e Nhamundá;
• Manacapuru, Codajás, Anamã e Anori.
Em cada conjunto de locais de pesca (rios e lagos), seria criada uma Associação de
Moradores, composta pelos residentes locais, que seriam remunerados para atuarem
como guardiões da área.
Seriam realizadas licitações internacionais para cada uma das áreas, permitindo a pesca
esportiva sob um sistema de rodízio: os locais utilizados para pesca em um ano seriam
preservados no ano seguinte. A renda gerada pela atividade, descontados os impostos
municipais, seria revertida para o bem-estar da comunidade local.
Além disso, a UEA teria um papel essencial nesse projeto, capacitando os moradores
para atuarem como piloteiros, guias, cozinheiros e contadores de estórias, garantindo
que todos os empregos gerados fossem ocupados por membros das Associações.
Também havíamos planejado uma campanha publicitária internacional agressiva,
especialmente voltada para mercados como Ásia e Estados Unidos, que possuem alta
demanda por pesca esportiva.
A pesca esportiva, nesse formato, gera empregos, renda para as comunidades carentes
do estado e preserva o meio ambiente. Além disso, promove a divulgação das
exuberantes belezas naturais da Amazônia — peixes, aves, floresta e riqueza cultural —,
contribuindo para outra importante vertente econômica: o ECOTURISMO, focado na
contemplação da biodiversidade amazônica e da natureza preservada.
Manaus, 30 de janeiro de 2025.
Professor José Melo
Ex-Governador do Estado do Amazonas
