Em um evento surpreendente do PL Mulher, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) emergiu como uma figura política influente, declarando-se uma força ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante seu discurso, ela alegou que ambos estão sendo alvos de difamação e de uma tentativa de “assassinato de reputação”. Este evento estava originalmente programado para empossar representantes do PL no Distrito Federal, mas a maior parte do foco recaiu nos discursos de Michelle.
A Polícia Federal (PF) atualmente investiga o casal presidencial por suposto envolvimento em um esquema de venda de joias ilegais recebidas pela Presidência da República. O evento, que ocorreu no Hípica Hall, em Brasília, teve sua programação alterada de última hora, e jornalistas previamente credenciados foram impedidos de participar, alegando falta de espaço para a imprensa.
Além de Michelle Bolsonaro, o encontro contou com a presença das deputadas federais Bia Kicis (PL-DF), Amália Barros (PL-MT) e da governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP-DF). Jair Bolsonaro apareceu no final do evento, fazendo um breve discurso para seus apoiadores.
Durante seu discurso, Michelle se retratou como uma mulher “simples” e destacou sua longa trajetória de serviços comunitários voltados para pessoas com deficiência, tanto antes quanto depois de ocupar o cargo de primeira-dama.
Ressaltando a posição oposicionista do PL, a ex-primeira-dama também criticou a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), classificando-a como “desgoverno” e um “campo minado”. Ela utilizou um provérbio bíblico para comparar a administração de Lula com a de seu marido, enfatizando a importância de Jair Bolsonaro no resgate do patriotismo e do amor pelo país.
O ex-presidente Jair Bolsonaro fez uma breve intervenção no evento, destacando o apoio que recebeu durante seus quatro anos de governo e pedindo para considerar as eleições do ano passado como uma “página virada”, enfatizando a necessidade de mudanças no Brasil.
Michelle Bolsonaro também abordou a questão das pessoas com deficiência (PCDs) e mencionou que o Brasil “foi descoberto” quando seu marido assumiu a presidência. Bolsonaro chegou ao evento um pouco antes do término, interrompendo o discurso de uma correligionária.
A ex-primeira-dama, sem mencionar diretamente o caso das joias, expressou preocupação com difamações e tentativas de assassinato de sua reputação. Ela enfatizou a importância do apoio das correligionárias do PL para enfrentar essa situação.
O evento aconteceu dois dias após Jair Bolsonaro e Michelle optarem por permanecer em silêncio durante um depoimento simultâneo da PF, que também convocou outras seis pessoas para depor. Michelle justificou sua decisão com base na suposta falta de competência do Supremo Tribunal Federal (STF) para o caso.
A Operação Lucas 12:2 da PF, deflagrada em agosto, revelou que aliados de Bolsonaro teriam vendido joias e outros objetos de valor recebidos em viagens oficiais da Presidência da República. As investigações apontam que essas peças, que deveriam ser incorporadas ao patrimônio da União, foram desviadas para o estoque pessoal de Bolsonaro e negociadas no exterior, configurando enriquecimento ilícito.
Mensagens trocadas entre Mauro Cid e Marcelo Câmara, dois auxiliares de Bolsonaro intimados a depor simultaneamente, sugerem que outros objetos também podem ter sido desviados pelo grupo, incluindo uma joia que teria “sumido com Dona Michelle”.
Michelle, longe da imprensa e da PF, ironizou a situação que ameaça afetar o capital eleitoral e a situação jurídica de Bolsonaro. Antes de ir ao depoimento simultâneo, ela postou um vídeo treinando MMA, com a legenda: “Das porradas da vida, essas são as melhores”.
Em um evento anterior do PL Mulher em Pernambuco, Michelle mencionou que estava considerando criar uma linha de produtos chamada “Mijoias”, em resposta às perguntas sobre o destino dos objetos. A situação continua a evoluir enquanto as investigações prosseguem.
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