O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) solicitou à Justiça a quebra de sigilo de dados do ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) e a remoção de uma publicação em suas redes sociais, na qual ele chamou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), de “gay com homofobia internalizada”.
O promotor de Justiça, David Medina da Silva, em manifestação nesta sexta-feira, 21, destacou que a atitude de Jean Wyllys “ultrapassou os limites da liberdade de expressão” e foi considerada “criminosa”. Na quinta-feira, 20, o governador acionou o MP contra o ex-deputado por homofobia.
De acordo com o promotor, a manifestação de Jean Wyllys foi além das críticas políticas e ofendeu a dignidade e o decoro do governador do Estado, especialmente considerando o alcance da publicação. No dia 20 de julho de 2023, a postagem contava com 543 retweets, 297 tweets com comentários e 5.218 curtidas, além de mais de um milhão de visualizações.
No dia 14 de julho, Jean Wyllys criticou Eduardo Leite por manter as escolas cívico-militares no Estado, após decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de revogar o programa em nível federal. Na publicação, o ex-deputado escreveu: “Que governadores héteros de direita e extrema-direita fizessem isso já era esperado. Mas de um gay…? Se bem que gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes; se for branco e rico então… Tá feio, bee (gíria para homem homossexual)”.
Eduardo Leite reagiu à crítica afirmando que a manifestação de Jean Wyllys era deprimente e cheia de preconceitos, que em nada contribuía para construir uma sociedade com mais respeito e tolerância. Em resposta, o governador apresentou uma representação contra Wyllys por ato de preconceito, discriminação e homofobia.
O Ministério Público está investigando Jean Wyllys por injúria contra funcionário público e por praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
A Justiça decidirá sobre o pedido do Ministério Público, e caso haja determinação judicial, o promotor solicita a fixação de multa diária no valor de R$ 100 mil por descumprimento da medida.
A assessoria do ex-deputado Jean Wyllys foi procurada pela reportagem, mas não retornou até o momento.
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