O Papa Francisco emitiu hoje (12) uma condenação veemente em relação ao assassinato de Fernando Villavicencio, candidato à presidência do Equador. Em um comunicado enviado ao arcebispo de Quito, Alfredo José Espinoza Mateus, o Papa expressou profundo pesar e qualificou o atentado político como uma “violência injustificável”. Francisco também fez um apelo pela união de cidadãos e líderes políticos equatorianos em busca da paz.
Na mensagem, assinada pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, o Papa dirigiu suas condolências ao arcebispo Mateus, à família de Villavicencio e a todo o povo equatoriano. “Diante do sofrimento causado por uma violência injustificável, que ele condena com firmeza, Sua Santidade convoca todos os cidadãos e forças políticas a se unirem em um esforço conjunto em prol da paz”, destacou o comunicado.
Fernando Villavicencio, ex-dirigente sindical e jornalista de 59 anos, era candidato presidencial pelo Movimento Construye. Ele foi assassinado a tiros na última quarta-feira (9), a apenas 12 dias do primeiro turno das eleições equatorianas. O crime ocorreu em Quito, quando Villavicencio estava se despedindo de seus apoiadores após um evento de campanha. Homens armados se aproximaram e efetuaram os disparos, deixando também outras nove pessoas feridas, incluindo um candidato a deputado e três seguranças de Villavicencio.
O Ministério Público informou que seis suspeitos de envolvimento no crime foram detidos. Todos são cidadãos colombianos. Imagens de câmeras de segurança e uma impressão digital encontrada em uma motocicleta abandonada por um dos suspeitos foram apresentadas como provas contundentes.
No local do crime, peritos recolheram um fuzil e grande quantidade de munição. A equipe antibomba da Polícia detonou uma granada lançada pelos criminosos contra os seguranças de Villavicencio.
A comoção gerada pelo assassinato do candidato presidencial levou o governo equatoriano a decretar estado de exceção em todo o país por 60 dias. Isso resultou na suspensão temporária de direitos como a inviolabilidade dos lares e correspondências, permitindo inspeções pelas forças de segurança. A data do primeiro turno das eleições, originalmente marcada para o dia 20, foi mantida.
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