Os brasileiros solteiros lideram o ranking de endividamento, representando 44% dos devedores no país, de acordo com um recente levantamento da Serasa a pedido da Folha de S.Paulo. Em seguida, encontram-se os casados, totalizando 42%, seguidos pelos divorciados com 12% e, por último, os viúvos, com apenas 2%.
O estudo revela que, dentre os grupos analisados, os divorciados são os que carregam dívidas por um período mais prolongado. Entre os endividados separados, 49% mantêm o débito há mais de dois anos, superando a média geral identificada pela pesquisa, que é de 46%. Aqueles com contas em atraso entre seis meses e dois anos correspondem a 36%.
A pesquisa também destaca que os divorciados são os menos confiantes em quitar suas dívidas, com 71% deles expressando incerteza quanto à capacidade de arcar com os compromissos, em comparação com a média geral de 73%. Alarmantemente, 6% dos divorciados afirmaram já ter desistido de pagar suas dívidas.
O levantamento, realizado em outubro de 2023, contou com 11.541 entrevistas de inadimplentes cadastrados na base da Serasa, sendo 52% homens e 48% mulheres. A faixa etária dos endividados revela que 24% têm entre 41 e 49 anos, 21% entre 50 e 60 anos, 28% entre 31 e 40 anos, enquanto idosos e jovens até 24 anos somam 7% cada. A faixa de 25 a 30 anos representa 13%.
A origem do endividamento, para a maioria, está vinculada ao desemprego ou à redução na renda, principalmente via cartão de crédito ou crediário de lojas. As contas básicas, como água, luz e gás, lideram os gastos mensais para 53% dos entrevistados, sendo que 74% destes estão com essas dívidas em aberto por mais de um ano. Surpreendentemente, 21% desconhecem o impacto dessas despesas em seus orçamentos.
O peso das contas básicas é tão expressivo que 83% dos entrevistados já atrasaram o pagamento de outras contas para priorizá-las. Além disso, 61% solicitaram empréstimos a amigos ou familiares para quitá-las, 49% recorreram a empréstimos para pagar essas despesas e 45% tiveram serviços cortados devido ao atraso no pagamento.