A Polícia Federal realizou a prisão do prefeito do município de Borba, no Amazonas, Simão Peixoto Lima, sob investigação por suspeitas de manipulação de testemunhas durante as apurações de desvios de recursos públicos ocorridos durante a pandemia. Eleito em 2020 pelo Partido Progressista (PP) e filiado recentemente ao MDB, o político é acusado de desviar verbas destinadas à compra de kits de merenda escolar.
De acordo com os investigadores, há evidências de que os kits adquiridos pelo prefeito “não continham ou possuíam uma quantidade muito reduzida de carne de boi, divergindo significativamente do volume contratado. Além disso, constatou-se ausência de charque.” Além disso, foram encontrados indícios de falsificação nos recibos de entrega e de pagamentos sem comprovação documental.
O mandado de prisão preventiva foi expedido, resultando no afastamento do prefeito do cargo pelo período de 180 dias. A medida foi fundamentada em “evidências de que ele conduziu uma videoconferência com servidores municipais intimados pela Polícia Federal para prestar esclarecimentos relacionados à referida investigação”. Durante a videoconferência, Simão Peixoto teria oferecido assistência jurídica e fretamento de aeronave, custeados pela prefeitura, o que a PF considera uma tentativa de influenciar indevidamente as testemunhas.
Em nota, a Polícia Federal destacou que, apesar de a ação poder ser interpretada como um gesto de auxílio, ela cria um ambiente propício para que os servidores se sintam pressionados a adaptar seus depoimentos aos interesses do investigado, comprometendo potencialmente a integridade e a credibilidade das investigações em curso.