O deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania) revelou nesta quinta-feira, 30, durante sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), que 15 empresas médicas que atuam na rede pública estadual de saúde irão reduzir, de forma temporária, os atendimentos ao público a partir da próxima sexta-feira, 1º, devido à falta de pagamento por parte do Governo do Estado. A decisão das cooperativas é uma forma de protesto diante da falta de soluções do Executivo para problemáticas como atrasos de salários e péssimas condições das unidades de saúde. Diante da grave revelação, o parlamentar cobrou a vinda do secretário estadual de saúde (SES-AM), Anoar Samad, à Casa Legislativa para dar explicações acerca dos fatos.
Na tribuna, Wilker detalhou o documento das empresas médicas, encaminhado na última quarta-feira, 29, ao secretário de Estado da Fazenda do Amazonas (Sefaz), Alex Del Giglio, informando a redução temporária dos serviços não urgentes, a partir de 1º/12, devido “a ausência de perspectiva clara para mudança de rumos da situação caótica em que se encontra nossa Saúde”. As cooperativas pedem a regularização de débitos pendentes referente aos anos de 2021 e 2022 e aos meses de agosto, setembro e outubro deste ano, e melhorias das atuais condições estruturais, superlotação de pacientes e graves desabastecimentos na rede estadual de Saúde.
Além disso, as empresas solicitam um “cronograma de desembolso para os meses de novembro e dezembro deste ano, visando garantir o orçamento financeiro dentro da programação para 2024”. Para Barreto, o comunicado representa o colapso da Saúde pública do Amazonas.
“Esse documento, para mim, já coroa a falência da saúde. Quem conhece as unidades de saúde hoje sabe que, se chegar no 28 de Agosto com todos os médicos já é o caos, imagina com a diminuição dos serviços. Venho alertando isso há um bom tempo, para onde está indo o dinheiro do Amazonas, um estado que vai fechar o ano com R$ 32 bilhões devendo metade do ano para todo mundo. Olha o contrassenso”, ponderou Barreto.
Barreto voltou a cobrar a convocação do secretário à Assembleia Legislativa para prestar esclarecimentos acerca da falta de soluções para as problemáticas recorrentes da saúde pública. Por fim, o deputado pediu um posicionamento firme do Parlamento estadual para apreciar o pedido de convocação do Anoar Samad.
“O meu requerimento de convocação do secretário está pautado há um bom tempo, o secretário de saúde tem que vir à esta Casa para dar as devidas explicações e do que será feito. Esse documento de 15 empresas médicas comunicando a redução temporária dos serviços, se não for um sinal de alerta para esta Casa, eu não sei mais o que é”, finalizou Barreto.
O comunicado foi assinado pelas empresas médicas: Instituto de Tramato Ortopedia (ITO-AM), Clínica Neurocirúrgica do Amazonas (CNA), Sociedade de Pediatria Clínica (COOAP), Sociedade dos Pediatras (COOPED), Instituto Médico de Clínica e Pediatria (IMED), Instituto de Cirurgia do Estado do Amazonas (ICEA), Anestesiologistas Associados do AM (AAA), Cooperativa de Clínica Médica (COOPERCLIM), Cooperativa de Neonatologia (COOPANEO), Instituto de Ginecologia e Obstetrícia (IGOAM), Instituto de Neurocirurgia Endovascular (NEUROENDO), Eletrofisio, União Vascular de Serviços Médicos (Univasc), Sociedade Amazonense de Patologias Pediátricas (SAPP) e Cooperativa de Intensivistas (COOPATI).
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