Na pitoresca costa oeste da Itália, a cidade-resort de Forte dei Marmi abriga o palacete La Datcha, propriedade do russo Oleg Tinkov. Este local tem atraído a atenção nos últimos anos, não apenas de celebridades como Silvio Berlusconi e Giorgio Armani, mas também de proprietários russos e ucranianos em busca de tranquilidade. O edifício centenário possui quatro andares, incluindo um bar, um spa com piscina e sauna, um espaçoso terraço e uma praia privativa a apenas 30 metros de distância. Além disso, sua carta de vinhos ostenta rótulos renomados, como o tinto Pétrus e o champagne Dom Pérignon. O empreendimento oferece experiências exclusivas, como passeios por cavernas da região, exploração de florestas em busca de trufas e voos de helicóptero.
Oleg Tinkov, o proprietário do La Datcha, é o fundador do Tinkoff, um dos maiores bancos online do mundo. Entretanto, o banco sofreu um revés financeiro significativo, perdendo mais de R$ 25 bilhões em março de 2022, devido às sanções impostas após a invasão russa da Ucrânia. A região de Forte dei Marmi, por sua vez, tem sido um destino de eleição para proprietários russos há anos, muitos dos quais optaram por se estabelecer permanentemente na cidade, onde costumavam passar suas férias de verão, como forma de escapar das ramificações do conflito no Leste Europeu. Curiosamente, um dos proprietários ilustres da região é o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski.
A imponente mansão La Datcha está situada no bairro de Vittoria Apuana, em Forte dei Marmi, embora não seja considerado um dos bairros mais majestosos da cidade. Uma reportagem do jornal britânico Financial Times, que visitou a propriedade acompanhada por um agente imobiliário local, destaca a elegância e modernidade da mansão.
Boatos têm circulado sobre a possibilidade de até mesmo o presidente russo, Vladimir Putin, possuir propriedades na região. Entretanto, o porta-voz do Kremlin classificou essa suposição como “absurdo completo”. Até o momento, nenhum porta-voz de Zelenski se pronunciou sobre o assunto.
Organizações críticas ao governo russo afirmam que familiares de Ievguêni Prigojin, líder do Grupo Wagner de mercenários, adquiriram uma mansão avaliada em EUR 3,5 milhões em Forte dei Marmi em 2017. Apesar disso, a clientela das imponentes vilas na região é composta predominantemente por russos e europeus orientais. A diária média dos hotéis gira em torno de EUR 900, enquanto aluguéis de propriedades podem chegar a EUR 400 mil durante o verão. Para aqueles que buscam o ápice do luxo, como o La Datcha de Tinkov, é possível reservar por EUR 1 milhão por temporada.
Situada ao longo de uma faixa de areia com cerca de 20 km de extensão, a cerca de 300 km a noroeste de Roma, Forte dei Marmi abriga pouco mais de 6.800 habitantes, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística da Itália. Elena Davsar, que reside na cidade há sete anos, destaca a convivência pacífica entre ucranianos e russos em Forte dei Marmi, apesar das tensões em suas terras natais. Davsar, que mantém um blog e uma conta no Instagram em russo dedicados à vida social da cidade, afirma que as pessoas têm expressado mais abertamente suas origens e nacionalidades, promovendo uma atmosfera de coexistência harmoniosa.
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