O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou a prioridade do governo em realizar obras e manter os gastos públicos durante uma reunião com ministros da área de infraestrutura. Essa declaração veio em contrapartida ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que vinha discutindo a meta de déficit zero para 2024, defendida pela equipe econômica.
Lula ressaltou: “Para quem está na Fazenda, dinheiro bom é dinheiro no Tesouro. Mas, para quem está na Presidência, dinheiro bom é dinheiro transformado em obras.” Ele orientou os ministros a não deixarem dinheiro não utilizado, que estava destinado para investimentos.
A reunião contou com a presença de Haddad e do ministro da Casa Civil, Rui Costa, que lidera os projetos incluídos na nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e defende a mudança da meta fiscal de 2024 para evitar contingenciamento de verbas do Orçamento em um ano eleitoral.
Lula também enfatizou que o trabalho dos ministros deve se concentrar na execução, não na criação de novos programas. Ele declarou: “Se os ministérios forem bem, o Brasil vai bem, o governo vai bem, e eu e o Alckmin vamos bem. Se vocês não fizerem direito, o Brasil vai mal, e eu e o Alckmin vamos mal.”
O presidente planeja realizar reuniões com ministros de outras áreas até o final do ano e, possivelmente, uma reunião geral com todos os membros do primeiro escalão para fazer um balanço das ações do primeiro ano de governo.
Rui Costa, ministro da Casa Civil, assegurou que os gastos com investimento e custeio da máquina pública em 2024 já estão definidos, independentemente de uma mudança na meta fiscal do próximo ano. Os projetos do novo PAC respeitam o limite de despesas estabelecido e não preveem aumento nos desembolsos da União.
A discussão sobre a calibração da nova meta fiscal do governo para 2024 tornou-se o foco principal das discussões políticas em Brasília. A votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deve mudar o alvo da meta, dependendo do aumento de receitas com as medidas já apresentadas ao Congresso. O governo busca R$ 168,5 bilhões em receitas extras para atingir a meta atual.