O Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira, 4, manteve as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 e 2024. A mediana para a alta da atividade econômica neste ano permanece em 2,84%, ligeiramente abaixo dos 2,89% registrados há um mês. Considerando apenas as 30 respostas dos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no final de 2023 apresentou uma leve queda, passando de 2,84% para 2,81%.
Para 2024, o Relatório Focus indicou estabilidade na estimativa de crescimento do PIB, mantendo-se em 1,50%, o mesmo patamar do mês anterior. Mesmo considerando as 30 respostas dos últimos cinco dias úteis, a projeção para o PIB de 2024 permaneceu inalterada em 1,50%.
Em relação a 2025, a mediana caiu de 1,93% para 1,90%, frente aos 1,90% registrados quatro semanas antes. O Boletim também trouxe a estimativa de crescimento para 2026, que se manteve em 2,00%, o mesmo nível do mês anterior.
Vale destacar que, em novembro, o Ministério da Fazenda revisou sua projeção para o crescimento do PIB de 3,2% para 3,0%. No Banco Central, a estimativa atual é de 2,9%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação de setembro.
Dívida/PIB e Déficit Primário:
O Boletim Focus também manteve estável a projeção para o endividamento público em 2023, com a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB estimada em 61,00%, ante 60,61% do mês anterior. Quanto ao déficit primário em relação ao PIB em 2023, a mediana continuou em 1,10%, o mesmo nível de um mês antes.
Em relação ao déficit nominal em 2023, a projeção permaneceu em 7,60% do PIB, comparado a 7,51% do mês anterior. O déficit primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, excluindo os juros da dívida pública, enquanto o déficit nominal inclui esses juros.
Para 2024, a estimativa para a dívida líquida passou de 63,90% para 63,95% do PIB, ante 63,65% quatro semanas antes. O déficit primário esperado para 2024 permanece em 0,80% do PIB, com o déficit nominal mantido em 6,80% do PIB.
É importante destacar que, no final de agosto, o governo apresentou o projeto de lei orçamentária de 2024 ao Congresso, prevendo superávit de R$ 2,8 bilhões em 2024 (0% do PIB), dependendo da arrecadação de R$ 168,5 bilhões em medidas extras.
Resultado das Transações Correntes:
O resultado das transações correntes em outubro ficou negativo em US$ 230 milhões, registrando o melhor desempenho para meses de outubro desde 2006. Em setembro, o resultado foi deficitário em US$ 1,375 bilhão. O Banco Central estima um déficit na conta corrente de US$ 36 bilhões em 2023, de acordo com o Relatório Trimestral de Inflação de setembro.
Em resumo, as projeções para o PIB indicam estabilidade para os próximos anos, enquanto a economia enfrenta desafios relacionados ao endividamento público e ao resultado das transações correntes.