Em relação ao acordo estabelecido entre o Partido dos Trabalhadores (PT) e o deputado federal Guilherme Boulos, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), para a disputa pela Prefeitura de São Paulo no próximo ano, o deputado federal Jilmar Tatto (PT) destacou que o partido cumprirá com o acordo, mas questionou a viabilidade da candidatura do PSOL em dialogar com o centro político.
Tatto expressou suas preocupações durante uma plenária realizada no Sindicato dos Engenheiros, na capital paulista, que reuniu mais de 200 militantes do PT. Na ocasião, muitos discursos defenderam a ideia de que o partido deveria lançar um candidato próprio na eleição de 2024.
O deputado é reconhecido como o principal opositor do acordo com Boulos, que foi estabelecido no ano anterior, e representa uma minoria dentro do PT, já que a maioria dos membros defende o apoio ao líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
O acordo entre PT e PSOL foi firmado com a desistência de Boulos em concorrer ao Governo de São Paulo. Em contrapartida, o PT prometeu apoiá-lo na eleição para a prefeitura paulistana.
Para Tatto, a esquerda só conseguirá vencer as eleições se houver uma inflexão em direção ao centro político. Ele argumenta que Boulos pode não atrair eleitores progressistas, mesmo em um contexto favorável com a vitória de Lula e Haddad na capital paulista em 2022. O principal adversário do PSOL será o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que provavelmente contará com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Durante seu discurso, Tatto apresentou algumas condições para apoiar Boulos, como exigir que o psolista defenda o PT durante a campanha, que o partido indique o vice na chapa, que o programa de governo seja discutido com os membros do PT e que os militantes se dediquem à eleição dos vereadores petistas.
Por fim, o deputado enfatizou que o PT é uma grande sigla e deve ter sua candidatura própria na capital paulista. Contudo, ele reconheceu que sua opinião pode ser derrotada pela maioria do partido, mas destacou a importância de promover debates e discussões antes de firmar uma aliança com o PSOL.
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