O atraso recorrente dos salários de profissionais da saúde que atuam na rede pública do Amazonas voltou a ser denunciado pelo deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania) na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). Em sessão ordinária nesta terça-feira, 8, o parlamentar revelou que cerca de 270 enfermeiros intensivistas que atuam nas áreas de UTI adulto, pediatria e neonatologia das principais unidades de saúde do Estado estão sem receber há três meses, enquanto que 36 técnicos de radiologia do Hospital e Pronto Socorro (HPS) Dr. João Lúcio acumulam dois meses sem seus vencimentos.
De acordo com Wilker, 270 enfermeiros intensivistas cooperados do Instituto de Enfermeiros Intensivistas do Amazonas S/S Ltda (IETI) estão sofrendo com o atraso salarial que já dura três meses. Os profissionais atuam nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de cinco unidades de saúde referências no Estado: os Hospitais e Pronto Socorro (HPSs) Dr. João Lúcio e 28 de Agosto, nas Maternidades Ana Braga e Balbina Mestrinho e na Fundação Hospital do Coração Francisca Mendes (FHCFM). A denúncia aponta, ainda, que existem vários processos pendentes de pagamento, como faturas de agosto e dezembro de 2021 e de fevereiro à setembro de 2022, totalizando a dívida no valor de R$ 11.548.079,61 milhões.
Já no HPS João Lúcio, 36 técnicos de radiologia contratados da empresa Diagmax Serviços Médicos S/S Ltda denunciaram que, até o momento, não receberam os salários de outubro e setembro deste ano. Em consulta ao Portal da Transparência, o parlamentar constatou que o último repasse de pagamento feito pelo Governo à empresa ocorreu no dia 22 de agosto de 2022, no valor de R$ 294.024,79, referente à competência Março/2022.
Para Barreto, a falta de comprometimento do Executivo em honrar seus compromissos com os profissionais terceirizados representa um grave risco para a população, tendo em vista que os mesmos exercem funções em setores essenciais das unidades hospitalares. Na ocasião, o deputado expôs o depoimento de uma enfermeira, que preferiu não se identificar, relatando que não iria poder trabalhar nos plantões devido à falta de dinheiro.
“É inacreditável o grau de irresponsabilidade deste governo e também do secretário Anoar, que estão colocando em risco vidas de crianças e adultos. Imagina uma enfermeira trabalhando numa UTI sem saber se vai pagar suas contas e como seu filho vai almoçar, isso aumenta o risco de termos problemas nos plantões. Isso é criminoso”, ponderou Wilker.
Por fim, Wilker voltou a cobrar a convocação do secretário estadual de saúde, Anoar Samad, à Casa Legislativa para apresentar soluções diante da problemática recorrente de atraso salarial. “Precisamos convocar, em caráter extraordinário, a comissão de saúde para chamarmos o secretário de saúde, será que como médico ele não sabe que com UTI não se brinca? O meu intuito é encontrar uma resposta, quando é que o governo deixará de ser caloteiro”, questionou o parlamentar.
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