Mesmo com desentendimentos em sua relação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), declarou em entrevista à Rádio Eldorado nesta quarta-feira, 4, que Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, teria assegurado o apoio do ex-presidente à sua campanha de reeleição. O prefeito destacou que sempre deixou claro o desejo de formar uma aliança, argumentando a necessidade de união entre o centro, representado por ele, e a direita, para superar a “extrema-esquerda” personificada por Guilherme Boulos (PSOL), seu principal concorrente na corrida pela Prefeitura.
“Ele (Valdemar) me confirmou que o assunto estava superado, martelo batido, e estaria caminhando junto conosco, e, portanto, a outra opção de candidatura estava descartada”, afirmou o prefeito. Com isso, a possibilidade de Ricardo Salles (PL) ser o candidato de Bolsonaro fica excluída. Salles, que recebeu sinais positivos do ex-presidente, aguarda uma posição de Bolsonaro para definir seus próximos passos.
Quanto às críticas a Boulos, o prefeito já delineou o tom da campanha, apesar de não mencionar diretamente o adversário. Descreveu-o como uma pessoa “bastante agressiva” com histórico de invasões, acusando-o de criar caos na cidade e trabalhar de forma oculta, sem experiência.
Nunes negou ter ouvido de Bolsonaro que o apoio estaria condicionado à indicação de um vice. Sobre esse tema, o prefeito planeja consultar os partidos, mas destaca que as opiniões de Bolsonaro e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) terão grande peso. A intenção de Bolsonaro é indicar alguém de seu “núcleo duríssimo” para compor a chapa.
Marta Suplicy, secretária de Relações Internacionais, é mencionada como possível vice de Boulos, articulada pelo PT. No entanto, Nunes minimizou essas especulações, afirmando que não vê a chapa como algo concreto e que não recebeu informações sobre isso diretamente de Marta. O prefeito não planeja abordar o assunto com ela quando retornar de férias.