Caracterizado pelo prejuízo à comunicação, interação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) impacta cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil, conforme estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). O distúrbio, permanente e sem cura, afeta o desenvolvimento neurológico e se manifesta de maneira heterogênea em diferentes pacientes, com uma escala de suporte que varia de 1 a 3.
Não há uma causa única para o TEA, mas a maioria dos casos tem origem genética, podendo ser influenciada por fatores externos, como complicações durante a gestação. Atrasos na fala e linguagem são sinais frequentes, sendo notados pelos pais na infância.
O diagnóstico precoce na primeira infância e tratamento imediato podem melhorar o desenvolvimento e aumentar as chances de autonomia do indivíduo afetado. Claudia Romano, doutora em psicologia experimental, destaca a importância de ser uma pessoa funcional, com linguagem, alfabetização e capacidade para o trabalho na vida adulta.
O tratamento do autismo é baseado em intervenções multidisciplinares, sendo a análise do comportamento aplicada (ABA) uma abordagem eficaz. Sessões de fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional são indicadas, variando em intensidade de acordo com a gravidade do transtorno.
Apesar do aumento do diagnóstico em todo o mundo, estudos revelam que no Brasil o transtorno costuma ser identificado tardiamente. A conscientização e o acesso a serviços diagnósticos contribuem para o crescimento dos casos.
Quanto à capacidade do Brasil em atender a demanda, o aumento na procura por tratamentos para TEA tem sido um desafio para os planos de saúde, que enfrentam a falta de profissionais qualificados. A necessidade de estabelecer uma linha de cuidado específica, com parâmetros claros para terapias, é destacada por especialistas.