O atendimento humanizado a sobreviventes de violência é um objetivo comum no Governo do Amazonas, por isso, a Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) estão capacitando agentes que atuam no atendimento direto a mulheres sobreviventes de violências, a fim de fortalecer a humanização e evitar revitimização.
De terça a quinta-feira (20 A 22/05), psicólogas, advogadas e assistentes sociais que atuam no Centro Estadual de Referência e Apoio à Mulher (Cream) e nas unidades do Serviço de Apoio Emergencial à Mulher (Sapem) discutem “Violência baseada em gênero: como garantir acesso e proteção integral às sobreviventes?”, no auditório da Sejusc, na zona centro-sul de Manaus.
A secretária executiva de Políticas para Mulheres, Syrlan Picanço, explica que a capacitação é para fortalecer as profissionais quanto ao empoderamento das mulheres e, principalmente, estabelecer um fluxo com serviço humanizado e o entendimento de cada violência.
“Nós temos o Sapem e o Cream, que são portas de entrada, em que essas mulheres podem ser encaminhadas de uma maneira espontânea ou elas mesmas indo buscar atendimento. O Sapem e o Cream são fundamentais para que essas mulheres sejam atendidas e acompanhadas quanto a essa situação de violência”, detalha a secretária.
Temas
O curso aborda, entre outros pontos, as normas legais de proteção e enfrentamento à violência baseada no gênero; prevenção e enfrentamento à violência de gênero; fluxo de referência; tráfico de pessoas; papel do SAVVIS e da rede de proteção.
A especialista em Violência Baseada no Gênero, Jaqueline Oliveira, do UNFPA, diz que o diferencial desta formação é que ela é focada em pessoas que já conhecem e vivem a realidade da violência de gênero todos os dias. “A ideia é a gente discutir desde o acolhimento, a avaliação das necessidades da rede, o encaminhamento e o encerramento destes casos. A discussão é minuciosa de como fazer esse acolhimento, quais são as necessidades, cada casa é um caso, ou seja, cada sobrevivente é uma sobrevivente” observa.
“O grande desafio que nós temos hoje é o trabalho para além dessa rede, que hoje é muito forte e consolidada no estado do Amazonas. A gente precisa ter um olhar holístico das outras pessoas que acompanham essa rede, ou seja, a gente precisa também chamar para cá a saúde, a educação, a justiça e outros equipamentos”, emenda a especialista.
Atendimento humanizado


Lidando com sobreviventes de violências diariamente, Ana Paula Lustosa, psicóloga do Cream, viu na capacitação a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos. Ela acredita que o curso é importante em todos os setores que trabalham com o público.
“Você precisa estar atento aos sinais quando você for receber essas pessoas. E, nesse caso específico, são mulheres, vítimas de violência doméstica. É preciso estar aqui junto em um grupo para pegar informações, porque assim, por mais que você tenha ali uma carga de atendimento, receba, atenda, tenha ideia de como encaminhar, é sempre bom acrescentar”, avalia a participante.