Mês visa a conscientização da prevenção do suicídio
Segundo dados da OPAS/OMS (Organização Mundial da Saúde), a cada ano, cerca de 800 mil pessoas tiram a própria vida e um número ainda maior de indivíduos tenta suicídio. Para 2020 são esperados números ainda maiores devido a pandemia do novo coronavírus.
Nesta terça-feira (1º) tem início o mês da campanha Setembro Amarelo, que visa a prevenção do suicídio no Brasil. A cor amarela foi escolhida em 1994 para simbolizar a luta contra o suicídio, mas a campanha só foi instituída no país em 2015. Você sabe como ela surgiu?
MUSTANG AMARELO
Em setembro de 1994, a história do adolescente Mike Emme, de 17 anos, chocou os Estados Unidos. Ele morava em Westminster, Colorado, e era descrito pelos pais como um jovem de bom coração, generoso e bem humorado. Ele era aficionado por Mustangs e decidiu comprar um e restaurá-lo sozinho. Ele pintou o carro todo de amarelo brilhante. No entanto, passava por um quadro de depressão e ansiedade e não conseguiu pedir ajuda. No dia 8 daquele mês os pais de Mike, Dale e Darlene Emme, encontraram o filho morto dentro do carro. Ele havia atirado em si mesmo e escrito uma carta para os pais: “pai, mãe, não se culpem. Eu amo vocês. Com amor, Mike. 11:45 pm”. Mike cometeu suicídio sete minutos antes dos pais o encontrarem.

No dia do seu enterro, pessoas próximas ao rapaz confessaram nunca terem percebido quaisquer sinais de angústia. Como forma de homenagear o rapaz e, ao mesmo tempo, trazer uma conscientização para a causa, amigos de Mike fizeram uma cesta com 500 cartões enfeitados com fitas amarelas que traziam a mensagem “Se você precisar, peça ajuda”.
YELLOW RIBOON
A história de Mike Emme comoveu os Estados Unidos e então, naquele ano, foi criada a fundação Yellow Ribbon (Fita Amarela), para conscientizar sobre a depressão e promover a prevenção do suicídio.
O símbolo passou a ser adotado por campanhas em outros países e chegou ao Brasil em 2015, por iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). A campanha ainda instituiu o dia 10 de setembro como o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

COMO IDENTIFICAR A AMEAÇA
Estar disponível emocionalmente é uma estratégia de salvação de vidas. É buscar inverter o chamado “capital afetivo” em que há afetividade do comércio e a comercialização dos afetos. Saber direcionar corretamente as emoções para quem está sofrendo pode diminuir comportamentos suicidas. Estratégias que sejam bem orientadas e ações equilibradas podem iniciar um trabalho que conduzam taxas de suicídio a nível zero.
A psicóloga Rebeca Cerqueira, do Rio de Janeiro, explicou ao Pleno.News que a melhor maneira de ajudar é estar atento às necessidades das pessoas.
– A atenção dos familiares e amigos é fundamental para ajudar a pessoa com depressão. Muitas vezes ela sabe que precisa de ajuda, mas não tem forças para ir atrás. Seja a favor de uma campanha responsável e indique o serviço de psicologia aplicada mais próximo. Há diversos locais que oferecem atendimento gratuito! Universidades federais, privadas e organizações sem fins lucrativos seguem funcionando. Mesmo com a pandemia, muitos atendimentos gratuitos são feitos de forma remota. Às pessoas próximas cabe o papel do incentivo e apoio na busca por ajuda – declarou.
BUSQUE AJUDA
No Brasil, o Centro de Valorização da Vida é uma das instituições que dão apoio emocional e trabalham para prevenir o suicídio. Para pedir ajuda ligue para o número 188 ou acesse o site.
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