O ministro da Saúde admitiu que o Brasil pode vir a registrar cerca de 1 mil mortes por dia por causa da Covid-19
Brasília – O ministro da Saúde, Nelson Teich, defendeu as medidas de ampliação de isolamento social anunciadas pelos governos de São Paulo, Rio e Amazonas, como resposta ao aumento de casos de óbitos e contaminações do novo coronavírus. O ministro ainda admitiu que o Brasil pode vir a registrar cerca de 1 mil mortes por dia. Na quinta-feira (30) foram registradas mais 435. O ministro da saúde considerou que medidas de flexibilização já anunciadas correm o risco de ser canceladas.
As gestões paulista e fluminense são alvo de críticas diárias do presidente Jair Bolsonaro, que chegou a dizer que o aumento de mortes seria culpa do isolamento social adotado pelos Estados. Indagado sobre o aumento das restrições de circulação, o ministro disse que se trata de uma “medida coerente” e, dada a situação desses Estados, é o que precisa ser realmente feito. “Se você tem lugares com aumento de incidência e mortalidade, a primeira coisa é aumentar o distanciamento para diminuir o contágio”, disse Teich. “É uma medida absolutamente natural diante do número de casos.”
A posição do ministro foi reiterada pelo assessor especial do Ministério da Saúde, Denizar Vianna. “Qual a avaliação do ministério? Se nós estamos diante de uma doença onde não há, ainda, um tratamento específico, onde não há prevenção, não há vacina, resta o quê? O isolamento social”, comentou. “Então, a medida adotada é coerente por parte do gestor.”
De acordo com o chefe do Centro de Contigência da Covid-19 em São Paulo, David Uip, aconteceu ontem uma reunião entre a Secretaria Estadual da Saúde e o Ministério da Saúde, com a presença de Teich. Segundo Uip, o ministro defendeu a manutenção do isolamento social e também falou sobre a dificuldade da compra de insumos, principalmente respiradores.
O País encerrou abril com um total de 5.901 óbitos e 85.380 pessoas contaminadas.

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