O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) identificou uma filiação falsa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Partido Liberal (PL), que é liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. A filiação, registrada em julho de 2023, levou o ministro Alexandre de Moraes a acionar a Polícia Federal (PF) para investigar os “claros indícios de falsidade ideológica”, considerando ser um fato notório que Lula é filiado ao PT. A apuração interna do TSE descartou falhas no sistema ou ataques ao mesmo.
De acordo com a decisão de Moraes, a PF deve adotar todas as providências cabíveis diante dos indícios de crime relacionados à inserção de dados falsos no sistema eleitoral. A filiação fraudulenta foi realizada pelo login da advogada Ana Daniela Leite e Aguiar, que presta serviços ao partido de Bolsonaro, mas a assinatura foi posteriormente cancelada. A empresa Idatha, contratada pelo PL para gerenciamento de dados partidários, afirmou que está à disposição das autoridades para esclarecimentos.
O TSE esclareceu que a alteração de filiação partidária só pode ser feita pelo próprio partido responsável, mediante representante da legenda com acesso ao sistema Filia (Sistema de Filiação Partidária) utilizando senha pessoal. O órgão afirmou que não houve ataque ao sistema, mas sim o uso de credenciais válidas para a inserção da filiação falsa.